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Ministro grego da Defesa avisa que a Grécia não vai recuar na questão das reparações de guerra

Panos Kammenos reiterou esta terça-feira que a Grécia não vai desistir de pedir à Alemanha que pague reparações de guerra devido à ocupação nazi durante a Segunda Guerra Mundial. Glezos, histórico do Syriza, defende que a Grécia tem de "congelar todos os pagamentos durante um ano".

Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes (ANEL), que acordou formar Governo com o Syriza.
Reuters
24 de Março de 2015 às 14:49
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O ministro grego da Defesa, Panos Kammenos, voltou esta terça-feira, 24 de Março, à carga com o tema das reparações de guerra que, alegadamente, a Alemanha continua a dever à Grécia. "Não vamos recuar na questão das reparações alemãs", assegurou Kammenos em entrevista ao Mega Channel citada pelo To Vima.

 

O também líder dos Gregos Independentes, partido que se coligou ao Syriza para formar a actual maioria de Governo, aproximou-se daquilo que foi defendido esta segunda-feira, em Berlim, pelo primeiro-ministro grego Alexis Tsipras.

 

Naquela que foi a primeira visita oficial à Alemanha do governante grego, Tsipras, apesar de reconhecer que o assuntos das reparações de guerra "nada tem a ver com a crise actual", realçou que se trata de uma "dívida moral".

 

Na mesma linha, Kammenos, que vem assumindo posições não raras vezes polémicas, anunciou que "vamos adoptar uma abordagem em termos razoáveis" e até disse acreditar que a chanceler alemã Angela Merkel parece ter demonstrado estar na disposição de discutir o assunto.

 

Para além das reparações de guerra suscitadas devido aos actos de guerra e à ocupação nazi durante a Segunda Guerra, há ainda quem defenda haver reparações a pagar devido a um avultado empréstimo contraído pelos alemães junto do Banco Nacional grego. Kammenos garante, porém, que as compensações decorrentes da ocupação e do facto de a Alemanha ter perdido a guerra, são questões distintas do empréstimo.

 

Angela Merkel asseverou que as dívidas alemãs já foram resolvidas há muito tempo e de acordo com tratados internacionais promovidos para o caso, mas houve, recentemente, elementos do SPD, partido que forma Governo com a CDU de Merkel, a alegar que as autoridades gregas têm motivos para requerer o pagamento de compensações.

 

Esta segunda-feira, um porta-voz do Ministério alemão dos Negócios Estrangeiros também reforçava a ideia de que todas as dívidas à Grécia já foram seladas, isto depois de  o ministro grego dos Estrangeiros, Nikos Kotzias, ter proposto a criação de uma comissão conjunta, formada por especialistas, com o objectivo de estudar o assunto. No início deste mês, o parlamento helénico aprovou a constituição de uma comissão grega para analisar o tema.

 

Na entrevista concedida esta terça-feira por Kammenos, este governante anunciou um conjunto de medidas propostas ao parlamento que vão no sentido da reorganização do exército grego, aquele que mais meios financeiros consome, em percentagem do PIB, no espaço comunitário.

 

Histórico do Syriza garante que Atenas tem de congelar todos os pagamentos durante um ano

 

O eurodeputado e histórico do Syriza, Manolis Glezos, voltou a assumir uma posição crítica face ao Executivo liderado por Tsipras e recordou que "o povo grego falou no passado dia 25 de Janeiro nas urnas para que não se aplicassem mais políticas de austeridade".

 

Por isso, esta terça-feira, citado pelo El País, Glezos garante que a "única" forma de defender os interesses do povo grego passa por "congelar todos os pagamentos durante um ano" e, chegados a essa altura, "negociar" com os parceiros europeus e as instituições credoras.

 

Depois de em Fevereiro passado Glezos ter escrito uma carta aberta ao povo grego pedindo desculpa pelas acções da equipa liderada por Tsipras, este histórico vem agora pedir desculpa por não ter escrito tais palavras mais cedo, logo que se apercebeu dos "primeiros sintomas de incumprimento" do programa eleitoral apresentado pelo Syriza.

 

Numa altura em que a Grécia assegurou que apresentará, na próxima segunda-feira, um conjunto de medidas que permitam ao país cumprir com os objectivos definidos no acordo alcançado a 20 de Fevereiro, Glezos reitera que mais do que cumprir o acordado com os credores é decisivo "cumprir com o prometido ao povo grego".

 

Apesar dos desmentidos das autoridades helénicas, que asseguram que a Grécia mantém capacidade financeira para assegurar as suas obrigações no curto prazo, avolumam-se as notícias que dão conta de que os cofres gregos poderão estar vazios antes do final deste mês se não for libertada a última tranche de 7,2 mil milhões de euros prevista no programa de assistência grego. Mas Merkel já garantiu que sem reformas não há dinheiro.

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