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Portugal continua a enfrentar desequilíbrios macroeconómicos, frisa Bruxelas
Segundo a Comissão Europeia, o alto endividamento externo, privado e público num contexto de baixa produtividade continuam a desequilibrar a economia portuguesa. Ainda assim, Bruxelas admite que com a recuperação económica de 2021 e as previsões para este ano e o próximo, Portugal parece estar a voltar ao "caminho certo", sobretudo na redução do rácio da dívida pública no PIB.
Portugal continua a enfrentar desequilíbrios macroeconómicos, relacionados com o elevado endividamento externo, privado e público, mas perante o crescimento económico previsto para este ano e o próximo, o país está a regressar a um "caminho mais favorável", diz Bruxelas.
"Portugal está a enfrentar um número de desequilíbrios macroeconómicos persistentes, relacionados com a elevada dívida externa, privada e pública num contexto de um crescimento baixo da produtividade", afirma a Comissão Europeia, nas recomendações a Portugal no âmbito do Pacote de Primavera do Semestre Europeu.
Bruxelas lembra que depois de melhorar em 2019, o crescimento da produtividade (que os técnicos da Comissão medem como o rácio do produto em termos reais por hora trabalhada) deteriorou-se em 2020 com a pandemia. Mas a produtividade continua presa a fatores como níveis baixos de capital por trabalhador, de investimento, uma capacidade moderada de inovação e no "geral baixas qualificações da população", enumera. Além disso, lê-se nas recomendações, o ambiente empresarial sai prejudicado por "um sistema fiscal complexo e um sistema judiciário pouco eficiente".
Mas de forma mais geral, descreve, a pandemia de covid-19 interrompeu um caminho de ajustamento desses desequilíbrios, principalmente a redução do rácio da dívida pública no PIB. No entanto, entende Bruxelas, "a recuperação económica em 2021, juntamente com as projeções para 2022 e 2023, sugerem que o país está de volta a um caminho mais favorável".
Além disso, com a recuperação económica, Bruxelas espera que o levantamento gradual de medidas extraordinárias e o aumento da receita fiscal leve a uma redução do défice em 2022 e 2023. "A tendência de baixo investimento público foi revertida e prevê-se que o investimento público cresça para níveis recorde nos próximos anos", à boleia do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Por outro lado, o envelhecimento da população e o crescimento dos funcionários públicos "pressionam a despesa pública".
A Comissão defende, entre outras medidas, a revisão do enquadramento orçamental e a redução das vulnerabilidades das empresas públicas, para "fortalecer as finanças públicas" portuguesas.
(Notícia atualizada às 10:42 com mais informação)