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Hungria diz estar pronta para pagar gás russo em rublos
A contrariar a posição que está a ser expressa pela União Europeia, a Hungria diz que está preparada para pagar gás russo em rublos, caso o país de Vladimir Putin assim o decida.
A Hungria está a fugir ao consenso expresso pela União Europeia e diz estar disposta a pagar pelo gás vindo da Rússia em rublos, a moeda russa. Até este ponto, Bruxelas tem vindo a demonstrar uma voz unânime a recusar aceder às exigências da Rússia.
Esta quarta-feira, a Hungria diz que vai pagar as remessas de gás em rublos se a Rússia assim o pedir. As declarações foram feitas pelo primeiro-ministro Viktor Órban, em conferência de imprensa citadas pela Reuters.
Na semana passada, Vladimir Putin disse que a chegada de gás russo à Europa estaria em risco se os países vistas como "hostis" não fizessem o pagamento em rublos. O Kremlin introduziu esta regra a 1 de abril, como uma forma de retaliar às sanções aplicadas pelo Ocidente.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, já havia dito que as autoridades europeias "não têm um papel" a desempenhar neste tema das importações de gás russo para a Hungria. De acordo com este governante, trata-se de um contrato bilateral entre a MVM, detida pelo Estado húngaro, e entre a russa Gazprom.
A Hungria tem sido dos poucos países do bloco dos 27 a rejeitar as sanções contra Moscovo na área da energia.
Fora deste tema da guerra na Ucrânia, esta terça-feira, a União Europeia anunciou que vai desencadear o mecanismo de defesa do Estado de Direito contra a Hungria - algo que até hoje nunca foi utilizado. Assim, põe-se em marcha um processo que poderá, em última instância, impedir o governo liderado por Viktor Órban, reeleito no passado domingo, de ter acesso a mais de 40 mil milhões de euros em financiamento comunitário.
A Comissão Europeia decidiu dar início a este mecanismo de condicionalidade para tentar forçar Budapeste a proceder às alterações que Bruxelas considera necessárias para que a Hungria deixe de violar os valores fundamentais da UE, disse a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, esta terça-feira no Parlamento Europeu.