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Países Baixos fecham jazida de gás devido a risco sísmico

A jazida continha ainda 2.800 milhões de metros cúbicos de metano, uma das maiores reservas de gás da Europa.

Com a crise energética causada pela invasão da Rússia à Ucrânia, as estratégias climáticas das empresas tornam-se mais desafiantes. Será um foco dos investidores no próximo ano.
Lisi Niesner/Reuters
01 de Outubro de 2023 às 11:57
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Os Países Baixos vão deixar, a partir deste domingo, 1 de outubro, de extrair metano da jazida de gás natural de Groningen, o maior da Europa e um dos dez maiores do mundo, devido ao risco sísmico.

De acordo com a agência Efe, o Governo já tinha optado pelo desmantelamento da jazida situada no norte do país devido aos efeitos secundários provocados pelas extrações de gás que debilitaram o subsolo da região, causando vários terramotos que afetaram habitações e edifícios, ao ponto de deixar alguns deles inabitáveis.

Apesar de estar agora a operar em níveis mínimos, a jazida continha ainda 2.800 milhões de metros cúbicos de metano, uma das maiores reservas de gás da Europa.

A operação no local é gerida pela Nederlandse Aardolie Maatschappij (NAM), uma empresa conjunta entre a neerlandesa Shell e a norte-americana ExxonMobil.

A controversa jazida de gás natural de Groningen - também conhecida como Slochteren, devido ao nome de uma pequena localidade nas proximidades - foi descoberta em 1959.

Em agosto de 2021, um terramoto de magnitude 3,6 na escala de Richter na localidade de Huizinge marcou o ponto de viragem: as autoridades já não podiam ignorar o risco sísmico provocado pela exploração de gás.

Em 2018, o primeiro-ministro liberal Mark Rutte, expressou o desejo do Governo dos Países Baixos de deixar de explorar gás em Groningen.

Na semana passada, o Conselho de Ministros demissionário confirmou como data final da extração o dia de hoje, 1 de outubro.

O fim da produção não terá qualquer impacto no abastecimento na Bélgica, de acordo com o diário belga Le Soir.

No entanto, o funcionamento da jazida poderá ser reativado de forma "temporária e limitada" no caso de uma onda de frio intenso no inverno (se se verificarem temperaturas de -6,5ºC vários dias seguidos) ou, por exemplo, no caso de uma avaria em instalações de armazenamento.

A partir de 1 de outubro de 2024 começar-se-ão a desmantelar todas as instalações, de acordo com a agência Efe.

A jazida de Groningen foi uma fonte de abastecimento chave para grande parte da Europa ocidental e teve um grande peso nas finanças públicas neerlandesas desde que começou a sua produção.

No entanto, as centenas de terramotos, com magnitudes de até 3,6 na escala de Richter, causaram danos nas redondezas, levando as autoridades a ordenar o seu fecho.

O processo de fim da extração também se fez de forma gradual, já que o encerramento radical poderia também causar um aumento dos fenómenos sísmicos.

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