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Empresas britânicas têm uma grande diferença salarial entre géneros

As empresas britânicas preparam-se para revelar a desigualdade entre os salários de homens e mulheres e os primeiros relatórios de algumas empresas mostraram disparidades de até 36% - diferença duas vezes superior à média nacional.

Paulo Duarte
01 de Maio de 2017 às 13:00
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O Virgin Money revelou que os homens que trabalham no banco ganham em média 36% mais que as mulheres. Na gestora de activos Schroders, a disparidade é de 31%. A Utility SSE reportou uma desigualdade salarial de 23,4% e a consultoria PwC informou que identificou uma diferença de 15%.

 

As empresas revelaram os números antes de uma nova lei que exigirá que as empresas calculem a diferença entre a média e a mediana do salário por hora de todos os funcionários homens e mulheres, com e sem prémios. Todas as empresas serão obrigadas a publicar os resultados das suas análises de desigualdade salarial em seus sites até Abril de 2018, uma medida que, segundo os seus defensores, ajudará a diminuir o abismo observado nas remunerações.

 

A disparidade salarial nacional é de pouco mais de 18%, segundo estatísticas do Governo. No entanto, a média é contundente e reflecte uma série de factores, incluindo o facto de que os homens detêm uma parcela maior dos cargos de nível sénior e dos trabalhos mais bem remunerados. Em todo o Reino Unido, as mulheres detêm 60% dos empregos mais mal remunerados, enquanto os homens respondem por 60% dos postos com maiores salários, segundo os dados da Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês).

 

Funções

"A forma como homens e mulheres são segregados em diferentes funções é o motivo principal da disparidade salarial entre géneros", disse Andrew Chamberlain, economista-chefe do Glassdoor. O site de busca de empregos utiliza dados autodeclarados de milhares de candidatos a empregos, depois analisa o título do emprego, a experiência, a escolaridade e outros factores para entender como homens e mulheres com formações similares são pagos.

Após ajuste por esses factores, os homens britânicos ainda ganham 5,5% mais do que as mulheres, contra uma diferença de 5,4% nos EUA, disse ele.

 

A CBI opôs-se às novas regras argumentando que os números não oferecem um panorama completo e que existem muitos motivos para a disparidade salarial, muitos deles fora do controlo das empresas.

 

Mesmo assim, os trabalhadores britânicos apoiam a revelação. Numa pesquisa realizada pelo Glassdoor, 58% afirmaram que o Governo deveria forçar os empregadores a revelarem os salários para combater a desigualdade salarial entre géneros. Os accionistas também começaram a pressionar as empresas a revelarem - e a diminuírem - a disparidade salarial entre homens e mulheres. As empresas que forem capazes de fazê-lo terão uma vantagem tanto com os investidores quanto no recrutamento.

 

"A maioria das mulheres bem qualificadas não vai querer trabalhar numa empresa com números maus - será um factor desmotivador", disse Avivah Wittenberg-Cox, que presta consultoria sobre diversidade a empresas multinacionais. "As companhias precisam de adaptar as suas culturas a um mundo mais equilibrado em termos de género."

 

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