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Valério iliba Portugal Telecom no caso do «mensalão»

O empresário brasileiro Marcos Valério negou ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que a Portugal Telecom (PT) esteja envolvida no escândalo de financiamento ilegal de partidos políticos no Brasil, salientando que o encontro que teve com o presi

10 de Agosto de 2005 às 02:55
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O empresário brasileiro Marcos Valério negou ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que a Portugal Telecom (PT) esteja envolvida no escândalo de financiamento ilegal de partidos políticos no Brasil, salientando que o encontro que teve com o presidente executivo, Horta e Costa, estava relacionado com a eventual compra da Telemig Celular.

Marcos Valério, o publicitário cujo nome tem estado envolvido no escândalo por ser apontado como o homem que negociava as verbas destinadas aos partidos, o «homem da mala», confirmou que os encontros que teve com Horta e Costa em Lisboa se realizaram no âmbito do interesse do grupo português [ptc] numa eventual aquisição da operadora de comunicações móveis no Estado de Minas Gerais, Brasil.

A Telemig Celular representa a maior conta de publicidade do Estado de Minas Gerais, de acordo com o empresário.

Marcos Valério disse que não gostaria de ver a conta publicitária transferida para São Paulo caso a Vivo, joint-venture entre a PT e a espanhola Telefónica, comprasse a Telemig Celular.

Horta e Costa afirmou, esta semana, à imprensa que «nunca se reuniu com representantes» do Partido dos Trabalhadores (PT) ou do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), a cujos deputados era alegadamente entregue uma quantia em dinheiro para que votasse favoravelmente medidas do Governo.

O presidente da PT reconheceu ter recebido Marcos Valério, «no contexto do interesse da Portugal Telecom numa eventual aquisição da Telemig, no Estado de Minas Gerais», mas reiterou que «nunca financiou, não financia e nunca financiará partidos políticos no Brasil ou em qualquer outro país no mundo»

Horta e Costa considerou mesmo ser «uma heresia dizer uma coisa dessas».

O primeiro dos três encontros com Miguel Horta e Costa, em Outubro, teria sido facilitado pelo ex-controlador do Banco Económico, Ângelo Calmon de Sá.

Segundo Valério, foi nessa visita que teve a oportunidade de ser apresentado pelo presidente da Portugal Telecom ao antigo ministro português das Obras Públicas português, António Mexia.

«A reunião durou 15 minutos e eu não me apresentei como representante do governo brasileiro», sublinhou o publicitário.

Além dessa viagem, Valério afirmou que fez outras duas a Lisboa para levar projectos de publicidade a Miguel Horta e Costa e mais uma em Janeiro deste ano, na qual foi acompanhado pelo tesoureiro informal do PTB, Emerson Palmieri.

O empresário assinalou que Palmieri viajou com ele para fugir às pressões do antigo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, autor das denúncias que desencadearam a grave crise política brasileira.

Ambos ficaram hospedados no Hotel Tivoli e, segundo Marcos Valério, não foram recebidos por Miguel Horta e Costa nessa altura.

O empresário esclareceu igualmente que sua aproximação com o administrador do banco de investimento do BES no Brasil (BESI), Ricardo Espírito Santo, foi feita pelo ex-tesoureiro do Partidos dos Trabalhadores (PT), Delúbio Soares.

O Banco Espírito Santo atribuiu a Marcos Valério o mérito de ter conseguido uma audiência entre o administrador do BESI no Brasil e o então ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Essa reunião ocorreu no Palácio do Planalto, a 11 de Janeiro deste ano e contou com a participação de Valério, segundo o BES.

O empresário brasileiro afirmou ainda que nunca comprou ninguém, não deu «nenhum centavo a nenhum ministro», mas afirmou-se arrependido das negociações com o PT.

Segundo Marcos Valério, as denúncias de Jefferson sobre a existência de um «saco azul» do PT «destapou uma prática normal de empresas com políticos» no Brasil.

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