Notícia
Ursula von der Leyen assume que dependência da energia russa "não é sustentável"
A presidente da Comissão Europeia defendeu que uma maior utilização de energias renováveis "é também um investimento estratégico em segurança" na Europa.
24 de Abril de 2022 às 13:40
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assumiu este domingo que a dependência da Europa em relação à energia russa "não é sustentável" e deve ser uma motivação para o investimento em energias renováveis.
Numa intervenção num workshop da Aliança Solar Internacional (ISA), em Nova Deli (Índia), onde abordou o impacto da crise climática, Ursula Von der Leyen foi ainda mais longe, ao considerar que uma maior utilização de energias renováveis "é também um investimento estratégico em segurança" na Europa.
"Há uma segunda razão pela qual a mudança para energia limpa é tão importante nos dias de hoje e, evidentemente, refiro-me à guerra que a Rússia desencadeou na Ucrânia. Para nós, europeus, é um claro lembrete de que a nossa dependência dos combustíveis fósseis russos não é sustentável", defendeu.
Num momento em que a Índia aumentou o seu abastecimento de energia a partir de Moscovo e quando a Índia também não se distanciou das suas relações regulares com a Rússia - um importante fornecedor de material militar para a nação indiana -, a presidente da Comissão Europeia assinalou que o conflito na Ucrânia é uma das questões a discutir durante a sua visita oficial de dois dias ao país.
"Como se pode negociar com alguém que ameaça abertamente a Europa e opta por entrar em guerra com um dos seus vizinhos mais próximos", questionou von der Leyen, referindo-se à posição da Europa, sem fazer referência direta aos negócios da Índia com a Rússia.
A visita da presidente da Comissão surge numa série de aproximações de altos representantes da comunidade internacional à Índia, na sequência da decisão de Nova Deli de não condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia no seio da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU).
A Índia apelou a que a possível compra de petróleo bruto da Rússia não fosse politizada, apesar das sanções internacionais, uma vez que Deli "tem de continuar a concentrar-se em fontes de energia competitivas", porque, ao contrário de outras nações, precisa de importar 85% do petróleo que utiliza.
No entanto, Ursula Von der Leyen mostrou-se disponível para ajudar a Índia a aumentar a produção de energia a partir de fontes renováveis, como forma de estreitar as relações diplomáticas com Nova Deli.
"Tanto a Índia como a UE sabem que a energia solar desempenhará um papel decisivo, por isso a necessidade de energia limpa nunca foi tão óbvia como hoje. Também na Índia as pessoas sofrem de condições meteorológicas extremas; li que o mês de março deste ano foi o março mais quente em 122 anos e posso dizer-vos que temos a mesma experiência na UE", disse.
A União Europeia está empenhada em alcançar a neutralidade climática até 2050, reduzindo ao máximo as suas emissões, um objetivo que a Índia apenas prevê para 2070.
"Temos objetivos semelhantes, por isso sabemos como é difícil lá chegar, mas temos de ser ambiciosos nestes tempos em que as alterações climáticas nos mostram todos os dias o que acontece se não trabalharmos contra elas", acrescentou a líder europeia.
Von der Leyen vai encontrar-se na segunda-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e o primeiro-ministro, o nacionalista hindu Narendra Modi.
Numa intervenção num workshop da Aliança Solar Internacional (ISA), em Nova Deli (Índia), onde abordou o impacto da crise climática, Ursula Von der Leyen foi ainda mais longe, ao considerar que uma maior utilização de energias renováveis "é também um investimento estratégico em segurança" na Europa.
Num momento em que a Índia aumentou o seu abastecimento de energia a partir de Moscovo e quando a Índia também não se distanciou das suas relações regulares com a Rússia - um importante fornecedor de material militar para a nação indiana -, a presidente da Comissão Europeia assinalou que o conflito na Ucrânia é uma das questões a discutir durante a sua visita oficial de dois dias ao país.
"Como se pode negociar com alguém que ameaça abertamente a Europa e opta por entrar em guerra com um dos seus vizinhos mais próximos", questionou von der Leyen, referindo-se à posição da Europa, sem fazer referência direta aos negócios da Índia com a Rússia.
A visita da presidente da Comissão surge numa série de aproximações de altos representantes da comunidade internacional à Índia, na sequência da decisão de Nova Deli de não condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia no seio da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU).
A Índia apelou a que a possível compra de petróleo bruto da Rússia não fosse politizada, apesar das sanções internacionais, uma vez que Deli "tem de continuar a concentrar-se em fontes de energia competitivas", porque, ao contrário de outras nações, precisa de importar 85% do petróleo que utiliza.
No entanto, Ursula Von der Leyen mostrou-se disponível para ajudar a Índia a aumentar a produção de energia a partir de fontes renováveis, como forma de estreitar as relações diplomáticas com Nova Deli.
"Tanto a Índia como a UE sabem que a energia solar desempenhará um papel decisivo, por isso a necessidade de energia limpa nunca foi tão óbvia como hoje. Também na Índia as pessoas sofrem de condições meteorológicas extremas; li que o mês de março deste ano foi o março mais quente em 122 anos e posso dizer-vos que temos a mesma experiência na UE", disse.
A União Europeia está empenhada em alcançar a neutralidade climática até 2050, reduzindo ao máximo as suas emissões, um objetivo que a Índia apenas prevê para 2070.
"Temos objetivos semelhantes, por isso sabemos como é difícil lá chegar, mas temos de ser ambiciosos nestes tempos em que as alterações climáticas nos mostram todos os dias o que acontece se não trabalharmos contra elas", acrescentou a líder europeia.
Von der Leyen vai encontrar-se na segunda-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e o primeiro-ministro, o nacionalista hindu Narendra Modi.