Tony Blair tornar-se-á amanhã o primeiro líder do governo britânico em 156 anos a enfrentar um pedido de investigação com vista à destituição do cargo que ocupa, data em que 23 advogados o irão formalmente acusar de «mau governo» ao levar o Reino Unido para a guerra no Iraque, noticiou a Bloomberg.

Adam Price, membro do Parlamento pelo Plaid Cymru, o partido nacionalista do País de Gales, irá apresentar a moção que solicita uma investigação sobre se deve ou não Blair ser alvo de «impeachment» por causa da invasão do Iraque. O gabinete do primeiro-ministro britânico não emitiu ainda qualquer comentário sobre esta matéria.

A moção é assinada por 23 advogados, do total de 659 existentes no Reino Unido.

Citado pela agência noticiosa norte-americana, em comunicado, Adam Price defendeu: «hoje estamos a defender a democracia parlamentar». «Pedimos aos nossos colegas e ao povo que nos ajudem a restaurar a responsabilidade do governo para com o Parlamento», acrescentou.

O Reino Unido foi o principal aliado dos EUA quando George W. Bush decidiu, sem o consentimento do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidades (ONU), invadir o Iraque em Março de 2003. Tony Blair, como líder do governo britânico, decidiu enviar 45 mil soldados na altura, permanecendo ainda um contingente de 7.500 militares britânicos naquele país do Médio Oriente.

O último primeiro-ministro da Grã-Bretanha a ser alvo de um pedido de destituição foi Lord Palmerston, em 1948, mas a palavra «impeachment» a líderes políticos é mais facilmente associada à história recente dos EUA: os presidentes Richard Nixon e Bill Clinton foram alvo de processos semelhantes.