Artur Santos Silva toma hoje posse como presidente do conselho de administração da fundação Calouste Gulbenkian. Com uma larga experiência na banca portuguesa, o antigo presidente do conselho de administração do Banco BPI, sem funções executivas, nasceu no Porto a 22 de Maio de 1941 e é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra.


A passagem de testemunho da presidência da Gulbenkian realiza-se às 17h00, numa cerimónia oficial que decorrerá nas instalações da sede da Fundação, em Lisboa.

Santos Silva iniciou a carreira profissional como assistente das Finanças Públicas e Economia Política na Universidade de Coimbra, entre 1963 e 1967.

Abandonou o ensino para ocupar o cargo de diretor-geral do Banco Português do Atlântico, funções que exerceu entre 1968 e 1975, sendo depois chamado para integrar o VI Governo provisório como secretário de Estado do tesouro, entre 1975 e 1976.

Em 1977, é nomeado vice-governador do Banco de Portugal, cargo que exerceu entre 1977 e 1978, regressando depois ao ensino na Universidade Católica Portuguesa e na Universidade de Coimbra.

Envolvido na fundação do Banco Português de Investimento (BPI), então Sociedade Portuguesa de Investimento, presidiu à comissão executiva do organismo, entre 1981 e 1988, e ao conselho administração, entre 1988 e 2004.

Artur Santos Silva era vogal do conselho de administração da Gulbenkian desde 2002 e da Partex Oil e Gás Holdings Corporation, propriedade da administração, integrando igualmente o conselho de administração da Jerónimo Martins.

Artur Santos Silva preside ainda ao conselho geral da Universidade de Coimbra e foi o presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva, de seu nome completo, é filho do advogado e maçon Artur Morgado Ferreira dos Santos Silva, fundador do Núcleo de Doutrina e Acção Socialista e ativista na campanha de Humberto Delgado, de quem era amigo pessoal, às eleições presidenciais de 1958.

O pai de Artur Santos Silva foi um dos fundadores do Partido Popular Democrático, ao qual o filho também viria a pertencer, mas que abandonou em meados da década de 1970. O agora novo presidente do conselho de administração da Fundação Calouste Gulbenkian pertence a uma família de três gerações de republicanos. O bisavô, chapeleiro no Porto, integrou a revolta do 31 de Janeiro, o avô era conhecido por ser o médico dos pobres e o pai foi diversas vezes preso pela PIDE.