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"Europa está melhor preparada para eventual default da Grécia"
Ministro alemão das Finanças repetiu hoje que se fará todo o possível para ajudar a Grécia a escapar a um incumprimento declarado da sua dívida. Mas se isso não for possível, diz, a Europa está hoje em melhores condições para aguentar o embate.

As palavras de Wolfgang Schäuble surgem num contexto de grande pressão sobre as autoridades e lideranças políticas gregas para que dêem firmes garantias de que vão implementar o programa de reformas e de austeridade aprovado no parlamento neste domingo, em contrapartida de um novo empréstimo internacional e do perdão da metade da dívida detida pela banca privada.
"O nosso cenário preferido é o de a Grécia cumprir, de a Zona Euro contribuir com fundos suplementares e [haver] uma vigilância clara - não serei suficientemente insistente neste ponto - da aplicação do que a Grécia prometeu fazer", afirmou Luc Frieden, durante uma conferência em Washington. "Se não o fizerem, penso que deveremos então continuar com 16 países", acrescentou.
E "se não o fizerem, penso que eles próprios se excluem da Zona Euro", precisou, ressalvando: "Penso porém que é preciso que façamos o nosso melhor para manter a Zona Euro com todos os seus membros".
Todas estas declarações confirmam que o sentimento dominante na Europa ainda "é ver para crer". O voto favorável do Parlamento grego às novas medidas de contenção exigidas pelas UE e FMI, obtido na noite de domingo numa sessão parlamentar dramática e com a violência em Atenas a deixar quase meia centena de edifícios em chamas, arrisca-se a não ser suficiente para garantir "luz verde" a um segundo empréstimo e afastar o país da vertigem da bancarrota.
Europa quer partidos gregos a fazer o mesmo que os portugueses

Trata-se de uma exigência semelhante à que foi feita em Portugal ao PSD e CDS, partidos que vieram a formar governo e que prometeram antes de eleições dar continuidade ao programa negociado pelo PS com a troika.
O conservador Antonis Samaras, líder da Nova Democracia (ND), e provável futuro primeiro-ministro segundo todas as sondagens, continua a torcer o nariz a esta exigência, depois de ter sinalizado que quer renegociar o acordo logo após as eleições.