Notícia
Presidente argentino demite-se depois de oito dias no cargo
O presidente da Argentina, Rodriguez Saá, demitiu-se esta madrugada após ocupar o cargo por apenas oito dias, pressionado pela falta de apoio popular e pelas vozes discordantes dentro do próprio partido.
Rodriguez Saá assumiu a presidência da Argentina no início da semana passada, depois do antigo chefe de Estado do segundo maior país da América Latina, Fernando de La Rua, ter apresentado a sua demissão, na sequência de violentas manifestações populares nas principais cidades argentinas.
No seu discurso de despedida, Saá afirmou que foi prejudicado pelos líderes dos Governos provinciais, que segundo aquele responsável «colocaram as suas próprias aspirações políticas à frente do bem do país».
O líder do Senado, Ramón Puerta, que segundo a lei argentina deveria assumir o cargo interinamente após a demissão de Saá, apresentou também a sua demissão, recusando assumir a liderança do país.
O cargo de presidente da Argentina será ocupado provisoriamente por Eduardo Camano, líder da Casa dos Representantes. O Parlamento argentino deverá reunir amanhã ou na quinta-feira com o objectivo de encontrar um novo Presidente.
Tanto Rodriguez Saá como Ramón Puerta pertencem ao Partido Peronista, pelo que segundo os analistas, os acontecimentos da última semana demonstraram a incapacidade daquela força política para restabelecer a ordem a restaurar a confiança dos cidadãos.
A Argentina encontra-se mergulhada numa crise económica desde 1998. No terceiro trimestre deste ano, o produto interno bruto (PIB) argentino diminuiu 4,9%, depois de recuar 0,2% no trimestre anterior.
Vários responsáveis políticos argentinos já apelaram à convocação de eleições legislativas antecipadas com o objectivo de terminar com o período de instabilidade política e de enfrentar a crise económica.
A crise da Argentina tem vindo a prejudicar as economias dos países vizinhos, como o Brasil, contribuindo para a diminuição do investimento externo na região.
A Argentina é um dos países que recebe maior investimento directo no estrangeiro por parte da Espanha, enquanto o Brasil é o mercado estrangeiro preferido por várias empresas nacionais.
Entre as empresas portuguesas representadas no Brasil contam-se a Portugal Telecom (PT) [PLTM], a Brisa [BRISA], a Soluções Automóvel Globais (SAG) [SAG], a Cimpor [CIMP], a Modelo Continente [MCON], a Jerónimo Martins [JMAR], entre outras.