Nasce hoje em Portugal a Bolsa de Valores Sociais (BVS), a primeira bolsa de activos sociais da Europa e a segunda no mundo, a seguir ao Brasil. Este espaço de transacção replica o ambiente normal de uma bolsa de valores, onde investidores sociais (doadores) investem em projectos da sociedade civil, tendo como objectivo último o designado lucro social: impacto na comunidade.

A BVS portuguesa é uma iniciativa da Altitude, organização brasileira de marketing social fundadora da Bolsa de Valores Sociais de São Paulo, e fruto de uma parceria com a Euronext Lisbon, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação EDP, entidades que financiam a equipa técnica.

O novo espaço de interacção arranca com quatro projectos (activos) passíveis de serem objecto de investimento. Operação Nariz Vermelho, Associação Portuguesa de Trissomia 21, Cooperativa Terra Chã e Dianova são as primeiras entidades do sector social com projectos cotados em bolsa.

Os restantes projectos, para serem cotados, terão de submeter a sua candidatura e esperar a decisão por parte de uma equipa de técnicos. Inovação social e capacidade de resposta efectiva aos problemas equacionados são critérios de escolha.

Os investidores podem, a partir de hoje à noite, entrar no site da bolsa (www.bvs.org.pt), fazer o seu investimento e acompanhar as prestações de contas e relatórios de impacto social do projecto que apoiam. Neste processo, não falta a auditoria financeira da KPMG. “Está assegurada a segurança para o investidor social. Os projectos são objecto de escrutínio e de responsabilização”, sublinhou Miguel Athaíde Marques, presidente da Euronext Lisboa, durante a apresentação da BVS, que decorreu hoje no Museu da Electricidade, em Lisboa.