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Ministros das Finanças ponderam enviar comissário europeu para Atenas
Emissário europeu em "full time job" ficaria responsável por vigiar a execução orçamental, mas também por agilizar a execução dos fundos europeus destinados à promoção da actividade económica e do emprego.

Em discussão está o modelo de acompanhamento da execução deste segundo programa para assegurar que o prometido por Atenas será cumprido de forma mais escrupulosa e expedita do que no passado, sobretudo tendo em conta que haverá eleições, possivelmente já em Abril.
À chegada a Bruxelas, Luc Frieden, ministro das Finanças luxemburguês, confirmou que o assunto seria debatido no encontro e a sua anuência, no pressuposto de que seja um comissário igualmente do "crescimento".
Já o ministro alemão precisou que é preciso esperar pelos resultados da operação de troca de títulos de dívida que está em curso, mediante a qual os bancos privados assumirão o "perdão parcial", para finalizar o segundo empréstimo. O tempo urge, já que existe o risco de a Grécia resvalar para uma situação de bancarrota no dia 20, data em que se vence um empréstimo obrigacionista de 14,5 mil milhões de euros que Atenas não tem como pagar.
Confrontado com o facto de ter abertamente admitido que este segundo pacote possa não bastar para repor a Grécia numa trajectória de endividamento sustentável, Wolfgang Schäuble considerou, no entanto, “prematuro” falar sobre um terceiro programa de financiamento.
Schauble também recusou responder ao pedido de flexibilização da meta do défice espanhol para este ano, dizendo que o foco da reunião de hoje vai ser a Grécia.
Na semana passada, o primeiro-ministro Mariano Rajoy, disse que iria pedir metas mais flexíveis para o défice, argumentando que seria “suicídio” passar de um défice orçamental de 8,4% do PIB em 2011 (bem acima dos 6% prometidos pelo anterior governo Zapatero) para 4,4% este ano. Bruxelas quer, porém, todos os números sobre a mesa, correndo a suspeita de que o défice de 2011 tenha sido artificialmente inflacionado para aumentar a margem de manobra neste ano de eleições regionais.