Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Marcelo sobe a Grande Muralha e afirma que só o povo pode empurrar o Governo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que só o povo pode empurrar o Governo para cima ou para baixo, enquanto subia um pequeno troço reconstruído da Grande Muralha da China.

Lusa
26 de Abril de 2019 às 16:43
  • 5
  • ...

O chefe de Estado chegou hoje à República Popular da China, onde ficará seis dias, e começou simbolicamente a sua visita em Badaling, uma secção da Muralha da China que fica a cerca de 70 quilómetros para noroeste do centro de Pequim.

 

Marcelo Rebelo de Sousa, que nunca tinha estado nesta extensa fortificação, a maior do planeta, classificada em 1987 como património da humanidade e que começou a ser construída há mais de dois milénios, comentou: "É a primeira vez, mas é impressivo".

 

O chefe de Estado evitou os milhares de turistas que enchem Badaling, pois teve a parte sul fechada para a sua comitiva, e enquanto começava o trajeto congratulou-se com o dia de sol: "Tinham-me prevenido para vir com sapatos para não deslizar, por causa da chuva".

 

"Na descida é que é preciso cuidado. Sobretudo o Governo, para não cair, porque a queda do Governo dá sempre azo a interpretações", observou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que seguia ao seu lado, divertido.

 

"Espero que o Presidente não empurre", acrescentou a sorrir.

 

O Presidente não quis responder logo e disse que "na China só pensa na China" e que perante "estes milhares de quilómetros e milhares de anos" nem lhe ocorria esse assunto.

 

Continuando a subir, Augusto Santos Silva logo lembrou a famosa frase de Napoleão para as suas tropas perante as pirâmides do Egito: "Quarenta séculos vos contemplam".

 

Entretanto, Marcelo Rebelo de Sousa tinha tido tempo para pensar numa resposta: "Quem pode empurrar o Governo só pode ser o povo, para cima ou para baixo, em ano de eleições, não é o Presidente. Mas estamos quase a atingir o topo".

 

No caminho, o Presidente da República manifestou-se impressionado com esta construção de defesa "em tudo, em dimensão, em significado, em história, em símbolo geoestratégico" e deixou uma mensagem mais séria, contra os muros e muralhas.

 

"Aquilo que vemos hoje no relacionamento universal, incluindo a China, é que fica a muralha como referência histórica, mas o espírito hoje não é de muralhas. É de abertura, é de colaboração, é de construção conjunta daquilo que é fundamental para o mundo, em todos os domínios", defendeu.

 

Sobre a sua vinda à Grande Muralha como Presidente da República de Portugal, referiu: "Nunca sonhei tão alto na vida".

 

Sempre à conversa com Augusto Santos Silva, com sucessivas declarações à comunicação social pelo meio, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a sua "inteligência, agudeza de espírito e sentido de oportunidade para falar do Governo português, mesmo na Muralha da China". 

 

"Até aqui o senhor ministro não esquece a campanha eleitoral em curso, é muito atento. Agora vamos até ao topo", declarou, prosseguindo o percurso de cerca de 300 metros entre algumas torres de vigia desta secção da muralha, para depois voltar para trás.

 

Ao descer, o chefe de Estado recorreu ao ditado "todos os santos ajudam", mas Augusto Santos preferiu outra versão: "Todos os entes ajudam, se não o professor Vital Moreira faz já um 'post'".

 

"Mas santos pode ser a família Santos, Santos Silva. Veja como eu já dei a volta em termos de não haver qualquer preocupação constitucional", respondeu Marcelo Rebelo de Sousa, descendo em passo acelerado.

 

Ver comentários
Saber mais Marcelo Rebelo de Sousa China
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio