Notícia
Marcelo frisa diferenças entre Portugal e Brasil quanto à guerra
O Presidente da República referiu-se às divergências quanto à guerra na Ucrânia como "um irritante ou um ruído", frisando que o Brasil entende que o caminho para a paz supõe prioridade à via negocial, enquanto Portugal defende o direito da Ucrânia de poder reagir à invasão,.
22 de Abril de 2023 às 15:07
O chefe de Estado português frisou este sábado as diferenças entre as posições portuguesa e brasileira sobre a guerra na Ucrânia, evitando responder se entende que o Brasil tem condições para desempenhar um papel de mediação pela paz.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado o presidente do Brasil, Lula da Silva, que recebeu durante a sua visita de Estado a Portugal.
O Presidente português referiu-se às divergências quanto à guerra na Ucrânia como "um irritante ou um ruído", recordando que apesar de tudo Portugal e Brasil votaram juntos nas Nações Unidas pela condenação da invasão russa e pela retirada imediata das forças russas do território ucraniano: "Isso foi muito importante, em duas administrações presidenciais seguidas".
"Mas o presidente Lula, aqui o explicou, entende que o caminho para uma paz justa e duradoura supõe uma prioridade a essa via negocial. A posição portuguesa é diferente, e entende que uma eventual via de caminho para a paz supõe, previamente, o direito da Ucrânia de poder reagir à invasão, recuperar o que puder recuperar e que quer recuperar, tendencialmente tudo o que puder, da sua integridade territorial", distinguiu.
Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a posição de Portugal se fundamenta numa "questão de princípio, que é não beneficiar o infrator, por uma posição de princípio, que é ficar claro que violações de certos princípios, certos valores da ordem internacional não são tratadas de forma diversa conforme o violador é mais ou menos poderoso".
O chefe de Estado português acrescentou que "sabia à partida" das diferenças nesta matéria e defendeu que "isso não afeta em nada a comunidade brasileira que existe em Portugal, a comunidade portuguesa que existe no Brasil, as ligações de passado, presente e futuro com o Brasil".
"A História, quando um dia for escrita, dirá que foi o que ficou para a História da visita do presidente Lula não foram os irritantes, foram as realidades estáveis e duradouras, e essas vão ser muito positivas", declarou.
Interrogado se depois das declarações recentes do presidente Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia considera que o Brasil tem condições para desempenhar um papel pela paz ou comprometeu a sua neutralidade, Marcelo Rebelo de Sousa evitou pronunciar-se diretamente sobre esta questão, respondendo apenas que "isso o papel do Brasil é o Brasil que define".
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado o presidente do Brasil, Lula da Silva, que recebeu durante a sua visita de Estado a Portugal.
"Mas o presidente Lula, aqui o explicou, entende que o caminho para uma paz justa e duradoura supõe uma prioridade a essa via negocial. A posição portuguesa é diferente, e entende que uma eventual via de caminho para a paz supõe, previamente, o direito da Ucrânia de poder reagir à invasão, recuperar o que puder recuperar e que quer recuperar, tendencialmente tudo o que puder, da sua integridade territorial", distinguiu.
Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a posição de Portugal se fundamenta numa "questão de princípio, que é não beneficiar o infrator, por uma posição de princípio, que é ficar claro que violações de certos princípios, certos valores da ordem internacional não são tratadas de forma diversa conforme o violador é mais ou menos poderoso".
O chefe de Estado português acrescentou que "sabia à partida" das diferenças nesta matéria e defendeu que "isso não afeta em nada a comunidade brasileira que existe em Portugal, a comunidade portuguesa que existe no Brasil, as ligações de passado, presente e futuro com o Brasil".
"A História, quando um dia for escrita, dirá que foi o que ficou para a História da visita do presidente Lula não foram os irritantes, foram as realidades estáveis e duradouras, e essas vão ser muito positivas", declarou.
Interrogado se depois das declarações recentes do presidente Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia considera que o Brasil tem condições para desempenhar um papel pela paz ou comprometeu a sua neutralidade, Marcelo Rebelo de Sousa evitou pronunciar-se diretamente sobre esta questão, respondendo apenas que "isso o papel do Brasil é o Brasil que define".