Notícia
Grupo de peritos insiste com Bruxelas na necessidade de bitola europeia em Portugal
Um grupo de 28 representantes de várias associações, economistas e especialistas em ferrovia voltaram a pedir a Bruxelas que pressione o Governo português a avançar com uma rede ferroviária em bitola europeia, segundo uma carta enviada à Lusa.
29 de Setembro de 2020 às 18:52
Na missiva, dirigida à comissária europeia dos transportes, Adina Valean, este grupo, que integra personalidades como o antigo ministro Mira Amaral e o empresário Henrique Neto, apela a que a Comissão Europeia deixe de pactuar com "o desperdício de recursos em soluções que não satisfazem as necessidades da economia portuguesa".
"Use os instrumentos à sua disposição, incluindo os fundos comunitários", para a implementação em Portugal de uma rede ferroviária de bitola (distância entre carris) europeia (UIC), para mercadorias e passageiros, pedem os signatários à comissária.
Neste âmbito, o grupo defendeu "um forte estímulo ao Governo português para a construção, até 2030 ou pouco depois, das linhas portuguesas do Corredor Atlântico com bitola UIC, grande capacidade (via dupla), e características técnicas competitivas para tráfego de mercadorias e passageiros", lê-se na missiva.
O grupo considera que "o custo extra da bitola europeia é zero em linhas novas, que é ou devia ser o caso das principais linhas internacionais e da nova linha Lisboa-Porto, dado que o custo de construção destas linhas é o mesmo em ambas as bitolas, UIC ou ibérica".
Os signatários da carta mostram-se preocupados pelo facto de o Governo "já ter declarado que Portugal não necessita da bitola UIC, e por os planos de investimentos para 2030 não incluírem a construção ou modernização de um único quilómetro de via em bitola UIC", garantindo que isto levará ao isolamento da economia portuguesa, visto que "Espanha, já iniciou o processo de introdução da bitola UIC na sua rede ferroviária há 32 anos".
Em agosto, o mesmo grupo alertou, numa primeira carta, para a possibilidade de Portugal se tornar uma ilha ferroviária na Europa devido ao atraso em adotar a bitola europeia nas linhas internacionais.
"[...] Queremos alertá-la para o risco de isso acontecer em Portugal, país periférico que tende a tornar-se uma ilha ferroviária na Europa, devido ao sistemático atraso em adotar a bitola europeia (1.435 mm) nas suas linhas internacionais", lê-se nessa missiva inicial.
Em resposta, no início de setembro, o gabinete da comissária reconheceu que "a interoperabilidade ferroviária na Península Ibérica e com o resto da UE tem indubitavelmente elevada importância", destacando a criação da rede TEN-T, "em que o Corredor Atlântico da Rede Principal liga Portugal a Espanha e continua até ao resto da Europa via França".
No entanto, para Bruxelas "a bitola UIC não será necessária em todo o lado. De facto, uma mudança completa da bitola na Península Ibérica não é necessária e requereria investimentos muito pesados, incluindo ao nível dos numerosos portos, cuja ligação à rede nacional é em bitola ibérica. Do ponto de vista legal, a regulamentação das TEN-T apenas impõe a bitola europeia nas novas linhas (desde 2014)", de acordo com a mesma resposta.
"Use os instrumentos à sua disposição, incluindo os fundos comunitários", para a implementação em Portugal de uma rede ferroviária de bitola (distância entre carris) europeia (UIC), para mercadorias e passageiros, pedem os signatários à comissária.
O grupo considera que "o custo extra da bitola europeia é zero em linhas novas, que é ou devia ser o caso das principais linhas internacionais e da nova linha Lisboa-Porto, dado que o custo de construção destas linhas é o mesmo em ambas as bitolas, UIC ou ibérica".
Os signatários da carta mostram-se preocupados pelo facto de o Governo "já ter declarado que Portugal não necessita da bitola UIC, e por os planos de investimentos para 2030 não incluírem a construção ou modernização de um único quilómetro de via em bitola UIC", garantindo que isto levará ao isolamento da economia portuguesa, visto que "Espanha, já iniciou o processo de introdução da bitola UIC na sua rede ferroviária há 32 anos".
Em agosto, o mesmo grupo alertou, numa primeira carta, para a possibilidade de Portugal se tornar uma ilha ferroviária na Europa devido ao atraso em adotar a bitola europeia nas linhas internacionais.
"[...] Queremos alertá-la para o risco de isso acontecer em Portugal, país periférico que tende a tornar-se uma ilha ferroviária na Europa, devido ao sistemático atraso em adotar a bitola europeia (1.435 mm) nas suas linhas internacionais", lê-se nessa missiva inicial.
Em resposta, no início de setembro, o gabinete da comissária reconheceu que "a interoperabilidade ferroviária na Península Ibérica e com o resto da UE tem indubitavelmente elevada importância", destacando a criação da rede TEN-T, "em que o Corredor Atlântico da Rede Principal liga Portugal a Espanha e continua até ao resto da Europa via França".
No entanto, para Bruxelas "a bitola UIC não será necessária em todo o lado. De facto, uma mudança completa da bitola na Península Ibérica não é necessária e requereria investimentos muito pesados, incluindo ao nível dos numerosos portos, cuja ligação à rede nacional é em bitola ibérica. Do ponto de vista legal, a regulamentação das TEN-T apenas impõe a bitola europeia nas novas linhas (desde 2014)", de acordo com a mesma resposta.