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Governo vai usar espaços do cidadão para dar formação em literacia digital
O Conselho de Ministros aprovou a Estratégia Digital Nacional com medidas para cidadãos e empresas. PME vão ter apoios e a administração pública atenção especial em matéria de cibersegurança.
O Governo quer que, até 2030, 80% dos cidadãos tenham competências digitais básicas, uma percentagem que hoje em dia está nos 56% e uma das formas de o conseguir é a utilização dos espaços de cidadão espalhados pelo país - agora cerca de 900 e que deverão ser 1.143 a partir de julho de 2026, com uma "cobertura total no país" - para "dar ações de capacitação de literacia digital para que a utilização da internet seja feita de forma segura". A medida foi anunciada pela ministra da Juventude e Modernização, e integra a nova Estratégia Digital Nacional, aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros e que prevê investimentos de 355 milhões de euros.
Margarida Balseiro Lopes, que falava aos jornalistas no final da reunião semanal do Executivo, explicou que há uma preocupação "com o tema da exclusão digital" e com esta medida "pretendemos, sobretudo junto das pessoas com mais idade, melhorar as competências digitais". Porque "temos de fazer um processo de digitalizar ao máximo os serviços públicos, mas não podemos com isso criar novos excluídos da sociedade, que não conseguem aceder a serviços públicos porque não sabem como podem fazê-lo" e são "muito vulneráveis por exemplo a phishing" e portanto esta é "uma das formas de as capacitar".
Há igualmente metas e medidas para as empresas, nomeadamente para as PME. "54% das PME portuguesas têm um nível básico de digitalização e até 2030 temos de ter 90%, portanto vamos apostar no reforço das competências digitais para gestores destas empresas e apoiar as PME na adoção de novas tecnologias", afirmou. Neste contexto, o destaque vai para a Inteligência artificial uma vez que "atualmente apenas 8% das empresas portuguesas utilizam IA e o objetivo é ter 75% até 2030".
Nas escolas, os currículos também vão ser revistos, nomeadamente com novos conteúdos na área da robótica e em geral inteligência artificial.
Para tudo isto, "precisamos de uma infraestrutura digital moderna, segura e resiliente" salientou Margarida Balseiro Lopes, que tem a meta de chegar a 2030 com 100% do país em áreas povoadas coberto em redes 5G de alta velocidade (atualmente são 98%). E também pôr as empresas a adotar serviços de computação em nuvem. "Atualmente temos 32,3% e o nosso objetivo são 75% até 2030". Para isso, explica, vão desenvolver "um estudo para implementar uma cloud soberana" por forma a "acelerar essa meta".
Ao nível dos serviços do Estado, há uma preocupação especial em matéria de cibersegurança. "Precisamos de garantir que toda a Administração Pública tem meios, tem recursos para responder a incidentes". E uma das ações agora proposta é a "criação de uma bolsa de horas para garantir todo o apoio técnico necessário para as entidades da administração pública que tenham de enfrentar uma situação desta natureza", adiantou a ministra.