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Governo britânico admite voltar a pôr Portugal na "lista negra" da covid-19

O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, admitiu hoje a possibilidade de Portugal ser de novo incluído na lista de países cujos passageiros são obrigados a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido. 

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SUZANNE PLUNKETT
03 de Setembro de 2020 às 11:32
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"Estamos preparados para tomar decisões de colocar países individuais de volta na lista da quarentena se for necessário, e mantemos isso em avaliação constante. As pessoas só devem viajar se estiverem preparadas para fazer quarentena se o vírus aumentar quando estiverem nesse país", afirmou à estação Sky News. 

O aumento do número de casos de infeção em Portugal na última semana terá ultrapassado os 20 casos por 100.000 habitantes, de acordo com a imprensa britânica, um dos critérios usados por Londres para impor restrições sobre as viagens internacionais. 

A própria ministra da Saúde portuguesa, Marta Temido, reconheceu na quarta-feira que os casos de covid-19 estão a aumentar em Portugal e que existe um maior risco de transmissão da doença.

"Os números da nossa situação epidémica estão a subir. Estão a subir desde há uma semana e situam-se agora em cerca de 340 novos casos diários. Esta é uma realidade", afirmou na conferência de imprensa de atualização da situação da pandemia de covid-19 em Portugal. 

Portugal só foi incluído na lista dos países seguros e portanto com "corredores de viagem" com o Reino Unido há duas semanas, a 20 de agosto, apesar da pressão do Governo português e do setor do turismo. 

Hancock disse que a decisão seria tomada na sexta-feira, mas a revisão das medidas têm sido anunciadas à quinta-feira nas últimas semanas pelo ministro dos Transportes, Grant Shapps. 

A 27 de agosto, o Governo britânico incluiu a Suíça, República Checa e Jamaica na lista de países sujeitos a quarentena de 14 dias e Cuba passou para a lista dos países isentos. 

"A decisão de adicionar ou remover um país é feita cuidadosamente após investigação do Centro de Biossegurança Comum. Um indicador principal é o de 20 casos por 100 mil em sete dias, mas é tomado em consideração uma ampla gama de fatores, incluindo nível, taxa e velocidade de mudança em casos confirmados", justificou Shapps na altura.

A lista de "corredores de viagem" tem atualmente menos de 70 países e territórios, tendo sido excluídos desde julho Croácia, Áustria e a ilha de Trinidade e Tobago, França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo. 

Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia, o arquipélago de São Vicente e Grenadinas, Brunei e Malásia foram adicionados nas semanas anteriores. 

De acordo com a imprensa britânica, além de Portugal, também a Grécia está em risco de ser adicionada à lista de países com necessidade de cumprir quarentena no resto do Reino Unido, seguindo a decisão tomada pela Escócia esta semana e em vigor desde hoje. 

Além de um aumento do número de casos de infeção no país, vários turistas do País de Gales que viajaram da ilha de Zante testaram positivo, pelo que as autoridades estão a pedir para que fiquem em isolamento. 

A pandemia do coronavírus que provoca a covid-19 já provocou pelo menos 857.824 mortos e infetou mais de 25,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.827 pessoas das 58.633 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (185.669) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 6,1 milhões).

Seguem-se Brasil (123.780 mortos, quase quatro milhões de casos), Índia (67.376, mais de 3,8 milhões infetados), México (65.241, mais de 606 mil infetados) e Reino Unido (41.514 mortos, mais de 338 mil casos).

 
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