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Exportações recuaram 1% em 2023

Combustíveis e fornecimentos industriais tiveram as maiores quebras. Défice comercial reduziu-se, com maior descida das importações, mas ainda superou os 27 mil milhões de euros.

As associações empresariais explicam a queda dos depósitos com a menor liquidez. A CCP quer medidas fiscais para “dar músculo” às exportações.
Bruno Colaço
09 de Fevereiro de 2024 às 11:25
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Após terem vindo a registar quebras homólogas na maior parte do ano passado, as exportações nacionais terminaram o ano com uma quebra de 1%, com o Instituto Nacional de Estatística (INE) a confirmar nesta sexta-feira um primeiro ano de retração desde o ano inicial da pandemia, em 2020.

 

Nos primeiros resultados das estatísticas de comércio internacional para o conjunto do ano de 2023, o INE dá conta de uma descida correspondente a menos 800 milhões de bens vendidos ao exterior. A diminuição ocorre num período de descida dos preços no comércio internacional e mostra-se significativamente influenciada pela evolução na exportação dos combustíveis, mostram os dados.

 

Sem o impacto de combustíveis e lubrificantes, as exportações nacionais teriam ainda registado uma subida de 1%, ou um aumento de vendas correspondente a 683 milhões de euros.

Face ao ano anterior, o INE indica que as exportações de combustíveis e lubrificantes diminuíram 22,8%, ou 1.483 milhões de euros.

 

Houve, ainda assim, um impacto maior da quebra de vendas de fornecimentos industriais ao exterior na evolução do ano, com menos 1.621 milhões de euros nas encomendas para indústrias de outros países num período de abrandamento, e até mesmo quebra económica, em vários parceiros europeus. A descida nas exportações de bens para a transformação industrial foi de 6,1%.

 

Em compensação, o INE salienta aumentos de 7,3% no material de transporte (mais 923 milhões de euros) e de 6,9% nas máquinas e outros bens de capital (mais 754 milhões de euros).

No que toca aos mercados de destino das vendas nacionais, estes primeiros resultados de 2023 confirmam o recuo maior nas exportações para Espanha. Para o vizinho ibérico e maior comprador de Portugal, seguiram menos 2,7% de bens, ou menos 554 milhões de euros.

 

Em sentido contrário, o segundo maior parceiro nas exportações nacionais, França, recebeu mais 422 milhões de euros em bens nacionais, ou mais 4,4%.

do lado das importações, registou-se uma quebra mais profunda nos valores transacionados, de 4,1%, ou 4.527 milhões de euros, contribuindo para uma redução significativa do défice comercial.

 

Em 2023, o défice da balança comercial registou menos 3.727 milhões de euros, tendo alcançado os 27.356 milhões de euros, indica o INE. Fica ainda muito acima da generalidade do histórico da última década, com este valor a ser superado apenas em 2022, ano do choque de preços da energia em que o saldo da balança de comercial foi desfavorável em mais de 30 mil milhões de euros.

Para a redução do défice comercial, terá pesado, novamente, a evolução das transações de combustíveis e lubrificantes, cujos preços caíram ao longo do último ano. Sem impacto destas rubricas – quer nas exportações, quer nas importações, onde as compras ao exterior se reduziram em 33,2%, ou mais de seis mil milhões de euros - o défice comercial teria caído apenas 800 milhões de euros face a 2022, ficando em 20,3 mil milhões de euros.

 

Além da forte redução na importação de combustíveis, e num período de arrefecimento também para as industrias em Portugal, diminuíram as compras de fornecimentos industriais ao exterior. Segundo o INE, a quebra foi de 8%, ou de 2.667 milhões de euros.

 

Por mercado de origem, a maior descida nas compras ao exterior ocorreu face aos Estados Unidos, com as importações a este país a recuarem 35,6%, ou 1.248 milhões de euros.

 

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