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Empresários revêem em alta intenções de investimento para 2005
O investimento empresarial vai aumentar 7,8% este ano, segundo os resultados do inquérito qualitativo de conjuntura ao investimento conduzido pelo Instituto Nacional de Estatística, que revela uma revisão em alta das intenções de investimento, face ao est
O investimento empresarial vai aumentar 7,8% este ano, segundo os resultados do inquérito qualitativo de conjuntura ao investimento conduzido pelo Instituto Nacional de Estatística, que revela uma revisão em alta das intenções de investimento, face ao estimado em Outubro.
Segundo o INE, os resultados do Inquérito ao Investimento de Abril de 2005 revelam um reforço das intenções de investimento para 2005, face aos primeiros valores apresentados no segundo semestre do ano passado, sendo que as novas estimativas indicam um crescimento nominal da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) empresarial de 7,8% para 2005, face ao valor de 6,2% obtido no inquérito de Outubro de 2004.
A confirmar-se, este será o aumento do investimento mais acentuado desde 1997.
Os valores dos investimentos realizados em 2004 foi também revisto em lata, passando de uma variação negativa de 0,6% para uma queda mais contida de 0,1%. O investimento empresarial tinha apresentado taxas de crescimento negativas desde 2000.
Mais empresas a investir mas PME investem menos
O INE acrescenta que o relatório de hoje confirma que aumentaram as intenções de investimento dos empresários, sendo que «entre os dois últimos inquéritos, a difusão do investimento (percentagem de empresas que referem investimentos ou intenção de investir) também aumentou, e em alguns casos significativamente».
Em 2004, este indicador, que se fixara em 64,9% no questionário de Outubro de 2004, aumentou 8,2 pontos percentuais para 73,1% no presente inquérito. para 2005, registou-se uma primeira estimativa de 49,4% em Outubro transacto, que compara com 57,5% no inquérito mais recente.
A explicar a queda do investimento em 2004 estão os melhores resultados apurados na Construção (com uma recuperação de 15,6 p.p.) e nas Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas (13,9 p.p.). «São ainda de destacar os contributos favoráveis do Comércio e da Indústria Transformadora, com recuperações de 8,9 p.p. e 8,4 p.p. respectivamente, ainda que o investimento nestes sectores se mantenha em quebra», diz o INE.
Já para 2005, as perspectivas de crescimento devem-se principalmente aos Transportes, Armazenagem e Comunicações (30,6%), à Electricidade, Água e Gás (29,1%) e às Actividades Financeiras (23,9%). Na indústria transformadora, o investimento terá recuado 1,3% (menos que os 9,7 estimados anteriormente) em 2004, esperando-se para 2005 nova redução.
O inquérito de Abril do INE revela ainda que entre 2003 e 2005, praticamente metade do investimento global destinou-se à aquisição de equipamentos e que as empresas mais pequenas são as únicas a baixar os investimentos em 2004 e 2005.
«Os restantes escalões apresentam variações positivas, com excepção do quarto escalão (entre 100 e 249 trabalhadores) para 2004 e do quinto escalão (entre 250 e 499 trabalhadores) para 2005», refere o INE, acrescentando que «comparando os dois últimos inquéritos, e no caso particular da Indústria Transformadora estima-se que em 2004 as empresas com menos de 250 empregados e as com mais de 499 trabalhadores tenham apresentado recuperações significativas da FBCF».
Segundo a mesma fonte, as empresas continuam a recorrer principalmente ao auto-financiamento, tendo satisfeito por esta via 54,6% das suas necessidades de fundos para investimento em 2004, valor que subirá para 58,4% de acordo com as intenções de investimento para 2005.
O crédito bancário constitui a segunda principal fonte de financiamento, sendo especialmente significativa em 2004 nas Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas, nos Transportes, Armazenagem e Comunicações, e na Construção, e para 2005 na Indústria Extractiva.
Os factores limitativos do investimento mais referenciados para 2004 e 2005 foram a deterioração das perspectivas de venda (59,9%) e, em menor escala, a rentabilidade dos investimentos (15,6%).
O Inquérito de Conjuntura ao Investimento foi realizado a uma amostra de 4215 empresas com mais de 4 trabalhadores ao serviço e pertencentes às CAE 13 a 74 desde que apresentem um volume de negócios por ano de pelo menos 125.000 euros. Segundo o INE, foi feita uma inquirição exaustiva a todas as empresas das referidas CAE que tenham mais de 199 trabalhadores ao serviço.