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Costa Silva defende usar tecnológicas para retaliar contra tarifas
O ex-ministro da Economia António Costa Silva defende que o instrumento anti-coerção da UE deve ser aplicado já para responder às tarifas de Trump. E quer apoio à tesouraria das empresas portuguesas.
O ex-ministro da Economia António Costa Silva é contra a retaliação nas tarifas, mas defende, por outro lado, que a União Europeia (UE) dificulte a operação das tecnológicas e da banca norte-americana, ativando já o instrumento anti-coerção.
Em relação às empresas portuguesas, defende apoios à tesouraria no curto prazo, e à exportação e procura de novos mercados, como questão estrutural.
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital, António Costa Silva defendeu que "o instrumento anti-coerção deve ser usado já" pela Comissão Europeia (que tem a competência da política comercial da UE).
"É dar à Comissão competências para atuar em setores estratégicos - nas tecnologias e serviços financeiros. E é aí que eu defendo que a UE deve retaliar em relação aos Estados Unidos: nas grandes tecnológicas, impondo a regulação, que já temos, e constranger e criar barreiras aos serviços financeiros americanos que operam na Europa", afirmou.
Para o ex-ministro da Economia, "a guerra comercial está mais que declarada" e Donald Trump "despreza completamente a União Europeia".
Ao mesmo tempo, Costa Silva defende que o mercado único europeu deve ser aprofundado (lembrando um estudo do Banco Mundial e do FMI que conclui que as barreiras internas da UE representam quase uma tarifa de 45%), tal como as parcerias com outros países também, sobretudo a China.
É também nesse sentido que Portugal deve agir, mas no curto prazo "os apoios à tesouraria são fundamentais" para as empresas lidarem com a potencial perda de acesso ao mercado norte-americano.
Costa Silva não quis comentar as propostas do Governo e os seus 'timmings' nesta matéria, mas defendeu que, a longo prazo, se invista em acordos comerciais e no reforço de linhas para a internacionalização e procura de novos mercados para as empresas porutguesas.