Notícia
Constâncio passa com distinção exame no Parlamento Europeu
Vítor Constâncio recebeu 90% de votos favoráveis dos eurodeputados membros da comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, apurou o Negócios.
23 de Março de 2010 às 16:18
Vítor Constâncio recebeu 90% de votos favoráveis dos eurodeputados membros da comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, apurou o Negócios.
O ainda governador do Banco de Portugal apresentou-se esta manhã aos eurodeputados, no âmbito das audições previstas no processo de nomeação para a vice-presidência do Banco Central Europeu (BCE) que deverá assumir no Verão.
A recomendação de aprovação do nome de Constâncio, que mereceu hoje o apoio da "esmagadora maioria" dos eurodeputados, será sujeita na quinta-feira a um novo voto no plenário do Parlamento Europeu.
O voto do Parlamento não é vinculativo – a instituição apenas pode emitir “recomendações” sobre os membros designados pelos Governos europeus para a Comissão Executiva do BCE –, mas esta primeira votação traduz um apoio inequívoco a Constâncio, que chegou a ser acusado pela Bélgica e pelo Luxemburgo de ter conseguido o lugar mais pela conjuntura política do que pelo seu mérito.
Os dois países haviam apresentado candidatos seus à vice-presidência do BCE, que acabaram preteridos a favor do candidato português. A Alemanha anseia pela presidência do BCE em 2011 e ser-lhe-á teoricamente mais fácil obter o cargo se existir uma repartição geográfica mais equilibrada dos seis postos que compõem o “directório” da autoridade monetária europeia.
Foi, aliás, de uma eurodeputada luxemburguesa, do Partido Popular Europeu, que saiu hoje o comentário mais azedo. "Como se pode explicar que um homem que fracassou no seu país pode ser responsável pela supervisão na Europa?", perguntou Astrid Lulling, acrescentando que seria como "dar barras de dinamite a um pirómano".
O vice-governador do BCE é tradicionalmente o responsável da instituição pelas áreas da supervisão e da estabilidade financeira. A nomeação formal e definitiva de Constâncio para o novo cargo deverá ocorrer nesta semana, durante a cimeira europeia que terá lugar quinta e sexta-feira em Bruxelas.
Ao longo da manhã, Vítor Constâncio respondeu a uma série de perguntas dos eurodeputados. Numa altura em que a Europa anda de candeias às avessas sobre se pode e deve ajudar a Grécia a financiar-se, Constâncio lembrou que o apoio de que o Estado grego eventualmente necessitará é de curto prazo e que esse tipo de auxílio é facilmente compatível com os Tratados, que vedam expressamente a possibilidade de os países do euro serem socorridos pelo BCE ou emissões soberanas com esse propósito.
"Se o crédito for concedido a taxas de juro normais, e não subsidiadas, não se pode interpretar como sendo um resgate”. “Crédito é crédito”, frisou.
“Nalgumas circunstâncias poderemos estar a falar apenas de apoiar as necessidades de liquidez de curto prazo. Temos de ser claros quanto a esse aspecto”. “Se ao nível europeu considerarmos que necessitamos desse novo mecanismos afim de fornecer esse tipo de apoio, então estou a favor. E penso que seria possível no actual enquadramento” legal, argumentou.
O ainda governador do Banco de Portugal apresentou-se esta manhã aos eurodeputados, no âmbito das audições previstas no processo de nomeação para a vice-presidência do Banco Central Europeu (BCE) que deverá assumir no Verão.
O voto do Parlamento não é vinculativo – a instituição apenas pode emitir “recomendações” sobre os membros designados pelos Governos europeus para a Comissão Executiva do BCE –, mas esta primeira votação traduz um apoio inequívoco a Constâncio, que chegou a ser acusado pela Bélgica e pelo Luxemburgo de ter conseguido o lugar mais pela conjuntura política do que pelo seu mérito.
Os dois países haviam apresentado candidatos seus à vice-presidência do BCE, que acabaram preteridos a favor do candidato português. A Alemanha anseia pela presidência do BCE em 2011 e ser-lhe-á teoricamente mais fácil obter o cargo se existir uma repartição geográfica mais equilibrada dos seis postos que compõem o “directório” da autoridade monetária europeia.
Foi, aliás, de uma eurodeputada luxemburguesa, do Partido Popular Europeu, que saiu hoje o comentário mais azedo. "Como se pode explicar que um homem que fracassou no seu país pode ser responsável pela supervisão na Europa?", perguntou Astrid Lulling, acrescentando que seria como "dar barras de dinamite a um pirómano".
O vice-governador do BCE é tradicionalmente o responsável da instituição pelas áreas da supervisão e da estabilidade financeira. A nomeação formal e definitiva de Constâncio para o novo cargo deverá ocorrer nesta semana, durante a cimeira europeia que terá lugar quinta e sexta-feira em Bruxelas.
Ao longo da manhã, Vítor Constâncio respondeu a uma série de perguntas dos eurodeputados. Numa altura em que a Europa anda de candeias às avessas sobre se pode e deve ajudar a Grécia a financiar-se, Constâncio lembrou que o apoio de que o Estado grego eventualmente necessitará é de curto prazo e que esse tipo de auxílio é facilmente compatível com os Tratados, que vedam expressamente a possibilidade de os países do euro serem socorridos pelo BCE ou emissões soberanas com esse propósito.
"Se o crédito for concedido a taxas de juro normais, e não subsidiadas, não se pode interpretar como sendo um resgate”. “Crédito é crédito”, frisou.
“Nalgumas circunstâncias poderemos estar a falar apenas de apoiar as necessidades de liquidez de curto prazo. Temos de ser claros quanto a esse aspecto”. “Se ao nível europeu considerarmos que necessitamos desse novo mecanismos afim de fornecer esse tipo de apoio, então estou a favor. E penso que seria possível no actual enquadramento” legal, argumentou.