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Comissário do Comércio acusa Barack Obama de ser "proteccionista"

O comissário europeu do Comércio, Karel De Gucht, acusou hoje o presidente norte-americano, Barack Obama, de "proteccionista" e responsabilizou Washington pelo actual bloqueio das negociações do ciclo de Doha sobre a liberalização do comércio mundial.

Comissário do Comércio acusa Barack Obama de ser "proteccionista"
18 de Março de 2010 às 12:55
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O comissário europeu do Comércio, Karel De Gucht, acusou hoje o presidente norte-americano, Barack Obama, de "proteccionista" e responsabilizou Washington pelo actual bloqueio das negociações do ciclo de Doha sobre a liberalização do comércio mundial.

"Um dos problemas é que nós não sabemos o que os Estados Unidos querem exatamente. Eles não querem avanços de momento, é claro", em relação às negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), declarou De Gucht numa entrevista ao jornal económico belga De Tijd.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros belga, que assumiu funções na UE em fevereiro, anunciou o ciclo de Doha como uma importante prioridade.

Os Estados Unidos, denunciou, pedem uma maior abertura das fronteiras dos países em desenvolvimento aos produtos norte-americanos, mas não propõem qualquer compensação.

"A ideia de que se pode obter avanços sem fazer concessões é um erro. E tenho a impressão que o processo de decisão está parado", adianta Gucht, que representa o conjunto da UE nos dossiers comerciais.

De Gucht atribuiu em parte este bloqueio à perspectiva das eleições do Congresso norte-americano em Novembro, com os Democratas nada interessados em negociar, particularmente num período económico difícil, para um acordo sobre o comércio internacional.

O comissário europeu criticou a promessa do presidente Obama de duplicar as exportações norte-americanas em cinco anos. "Não vejo como se pode duplicar as exportações se não se adotar uma aproximação ao livre cambio. O proteccionismo não originará uma duplicação das exportações", assegurou.

Noutra entrevista publicada no Financial Times, Gucht criticou a subavaliação da moeda chinesa, mantida artificialmente baixa por Pequim há anos para inflacionar as exportações nacionais e o crescimento económico.

"O iuan está subavaliado. Isso tem seguramente um impacto nas exportações e sobre a estrutura das trocas" dos Estados Unidos, afirmou. "As críticas (norte-americanas) são legítimas e estamos conscientes disso na Europa", adiantou.

Quarta feira, o director geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, também tinha considerado que o iuan está "muito subavaliado".

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