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Bruegel: Segundo empréstimo a Portugal terá exigências mais brandas
Nicolas Véron, economista e co-fundador do instituto Bruegel, considera que Portugal vai ter de receber um segundo empréstimo, sem perdão de dívida, e que as exigências que lhe estarão associadas serão "completamente diferentes" das aplicadas à Grécia.

A opinião é de Nicolas Véron, economista francês e co-fundador do instituto Bruegel, sedeado em Bruxelas, segundo o qual Portugal vai continuar ser ajudado por mais alguns anos, mas sem exigências draconianas. Porquê? Porque está a esforçar-se para estabilizar finanças públicas e relançar a economia, mas também porque a Europa não quer uma segunda Grécia.
Em declarações ao site do Peterson Institute for International Economics, de Washington, que consulta regularmente economistas e investigadores para tomar o pulso à actualidade económica, Véron converge na expectativa, já amplamente enraizada, de que o actual empréstimo, de 78 mil milhões de euros, terá de ser estendido para além de 2014, na medida em que “será muito difícil” Portugal começar a financiar-se por si só a partir de Setembro de 2013, data prevista para o regresso do país aos mercados financeiros.
No caso de Portugal, prevê, os líderes europeus vão poder dizer que “é um bom aluno” e que “sendo a situação difícil, o país está a fazer tudo o que tem de fazer, pelo que não vamos insistir no tipo de medidas duras, quase punitivas, que adoptámos para a Grécia”.
Quem olha para Portugal como o próximo elo fraco não chega a errar, diz, na medida em que é o país sob intervenção que está mais fragilizado. Mas “muitos falam do alto, sem verificar concretamente o que está a acontecer”. “Quanto mais de perto olhamos, mais nos apercebemos de que estamos perante um bom conjunto de argumentos para que os líderes europeus tratem Portugal de forma completamente diferente”, argumenta.