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Ainda há 970 ligações por repor nas áreas afectadas pelos incêndios, diz Anacom
Ainda há muitas ligações por restabelecer nas áreas consumidas pelos incêndios do verão passado. No início deste mês, a Anacom contou 970 ligações por repôr, das quais 942 são responsabilidade da Meo.
O presidente do regulador das comunicações, João Cadete de Matos, trouxe os números mais recentes aos deputados: são 970 as comunicações que se encontram por restabelecer nas zonas afectadas pelos incêndios do último verão. Um número bastante inferior ao registado em Março – 4.500 – o que não invalida que "a situação já devia estar resolvida", defende Cadete de Matos.
Destas falhas, 942 dizem respeito aos clientes Meo, e são vários os motivos apresentados pela operadora de telecomunicações para as situações pendentes. Em 425 dos casos, a reposição da ligação não avança dada a "recusa por parte do cliente", transmitiu o presidente da Anacom, explicando que alguns clientes têm rejeitado a tecnologia oferecida.
Já em 260 das situações, a Meo alega que não foi possível contactar o cliente. Emigração e realocação em casas de familiares são os motivos evocados pelo presidente da Anacom para justificar esta rubrica. Ainda um número considerável, 45 clientes, estarão a analisar as opções que têm, e a contrabalançar com outras ofertas. Também existirá uma parte que "desistiu de ter telefone fixo e optou apenas pelo móvel". Sobram os 172 clientes que estão em lista de espera para proceder à instalação.
O presidente da Anacom deu ainda conta que, esta semana, recebeu uma carta com origem numa das juntas de Freguesia de Vouzela, na qual a Altice é acusada pela administração de "não pretender solucionar de forma eficiente" os problemas de ligação.
Os restantes clientes que ainda sentem os danos dos incêndios no acesso às telecomunicações têm contratos com a Nos, Vodafone e ONI.
Esta quarta-feira a Anacom foi chamada ao parlamento para apresentar o Plano de Actividades e para se pronunciar sobre a reposição das ligações telefónicas destruídas pelos incêndios, a pedido do PCP. O regulador garante que tem acompanhado esta situação de duas perspectivas: por um lado, garantir a reposição do serviço; por outro, investindo na prevenção, para que "não se repita o que aconteceu". Neste aspecto, alerta que a urgência de restabelecimento de ligações tem sido contraproducente, e assinala que se estão a repetir "erros passados" na forma como estão a ser disponibilizadas novamente as comunicações.