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O dia num minuto: A queda do Governo, a posição comum à esquerda e a venda da TAP

Foi um dia histórico no Parlamento. O Governo da coligação caiu ao fim de dez dias, rejeitado pela esquerda e o PAN. PS, BE, PCP e Verdes assinaram posição comum para um Executivo dos socialistas. Foi também o dia em que a Europa perdeu Helmut Schmidt.

Bruno Simão/Negócios
10 de Novembro de 2015 às 20:00
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Governo cai rejeitado no Parlamento. Fez-se história na Assembleia da República. PS, Bloco de Esquerda, PCP, PEV e PAN aprovaram a rejeição ao programa do Executivo PSD/CDS-PP, fazendo cair o XX Governo Constitucional. A moção foi aprovada com 123 votos a favor e 107 contra. É a segunda vez em 40 anos de democracia que um governo cai devido à rejeição do seu programa. Passos Coelho acusou os partidos da esquerda de "converter uma soma de derrotas numa maioria negativa" que tem como único propósito afastar a coligação vencedora nas eleições. Acusou ainda o PS de não ter apresentado nenhuma solução política que garanta a estabilidade. Pelo contrário, Costa assegura que o acordo entre o PS, o Bloco de Esquerda, o PCP e os Verdes garante "condições de governação estável no horizonte da legislatura". Passos Coelho ficará como deputado. "Lutarei no Parlamento", disse.

PS e partidos à esquerda assinam posição comum. Foi à porta fechada, numa sala da Assembleia da República, à hora de almoço, que PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV assinaram as posições comuns com vista à viabilização de uma solução de governo duradoura encabeçada pelo PS. Os documentos, assinados de forma bilateral entre os socialistas e todos os outros partidos, têm como princípio a rejeição do Governo de coligação e a prossecução das medidas acordadas e que fazem parte do programa do PS. Mas a posição comum não garante a aprovação dos Orçamentos de Estado, que serão negociados caso a caso, nem a rejeição de moções de censura.

Bolsa de Lisboa cai, mas pouco.
Depois das fortes quedas da véspera, a bolsa de Lisboa encerrou com uma perda ligeira de 0,5%, penalizada pela Jerónimo Martins e o BCP. Ainda assim, foi a quarta sessão consecutiva de perdas, periodo em que o índice PSI-20 perdeu 6%. A taxa de juro das obrigações a 10 anos de Portugal recuou 5,7 pontos base para 2,774%, invertendo a tendência da véspera. Mas desceu menos que noutros países do euro.

Venda da TAP fechada na quinta-feira
. Humberto Pedrosa garantiu, em declarações à TSF, que ainda esta semana será feito o "closing" da venda da TAP à Atlantic Gateway. A posição comum assinada pelo PS e os restantes partidos de esquerda não inclui a reversão do negócio de venda de 61% do capital da TAP à Atlantic Gateway, ainda que a mesma desagrade a todas as forças políticas que assinaram os documentos. O acordo estabelece apenas a reversão dos contratos de concessão e privatizações nos transportes terrestres. E a não realização de novas privatizações. Terça-feira foi também notícia o "lapso" da entrada de Fernando Pinto na gestão da Atlantic Gateway, o consórcio entre Humberto Pedrosa e David Neeleman, onde era dado como gerente.

Carlos Costa diz que bancos geriram a pensar no curto prazo. O governador do Banco de Portugal afirmou que os bancos se focaram demasiado nos resultados no curto prazo, subestimaram o risco de crédito, concentraram demasiada exposição em sectores não transaccionáveis e exageraram na distribuição de dividendos. O diagnóstico dos últimos anos foi feito no Fórum Europa, em Madrid, numa intervenção "Portugal: ajustamento económico e desafios pela frente". Carlos Costa diz que é preciso cortar custos, "avaliar a viabilidade e a sustentabilidade do modelo de negócio" de cada banco. Afirmou ainda que a experiência mostra que "a auto-regulação e auto-disciplina dos mercados financeiros não funcionam", recomendando uma regulação mais intrusiva.

Receitas da Vodafone caem 1,7%. A Vodafone Portugal registou uma queda de 1,7% das receitas entre Abril e Setembro para 491 milhões de euros. Uma queda ainda assim menor do que a registada pelo grupo a nível mundial, com o volume de negócios a cair 2,3%. No final de Setembro a operadora tinha 2,1 milhões de casas cabladas com fibra óptica em Portugal, antecipando em seis meses os objectivos propostos no âmbito do projecto Spring.

Operadores portuários temem greve dos estivadores. A Associação Marítima Portuária e a Associação de Operadores do porto de Lisboa consideram que a greve de 10 dias marcada pelo Sindicato dos Estivadores, que se inicia dia 14, "constituirá mais um rude golpe na recuperação da actividade portuária em Lisboa, danificando seriamente a credibilidade operacional das empresas que aí operam, quebrando compromissos e expectativas e afastando mais uma vez o tráfego marítimo".

As exigências de Cameron para fazer campanha pelo sim. O referendo britânico deverá ter lugar no Verão. Todas as sondagens apontam para a vitória do "não". Para se bater pelo "sim", o primeiro-ministro exige dos seus pares europeus quatro alterações de fundo no contrato de adesão com a União Europeia. São elas: mais soberania; protecção do mercado único e blindagem contra custos do euro; menos benefícios para imigrantes; e uma Europa mais focada na competitividade. Instituições financeiras como o Morgan Stanley e o Merrill Lynch antecipam um forte impacto económico e nos mercados financeiros no caso do Reino Unido deixar a União Europeia.

Paralização na Lufthansa. A Lufthansa vai enfrentar uma nova greve do pessoal de cabine durante a próxima quarta, quinta e sexta-feira (entre 11 e 13 de Novembro). Apesar das cedências da empresa, o sindicato mantém a greve iniciada na semana passada. A companhia alemã e o sindicato não estão de acordo quanto aos valores das reformas antecipadas.

Bruxelas dá 10 dias à Volkswagen para prestar esclarecimentos. A Comissão Europeia exigiu à Volkswagen (VW) esta segunda-feira, 9 de Novembro, que forneça mais detalhes sobre a nova vaga do escândalo de emissões poluentes no prazo de 10 dias, avançou o The Wall Street Journal. O jornal cita uma carta enviada pelo comissário europeu da Energia, Miguel Arias Cañete, ao CEO do grupo VW, Matthias Müller.

Morreu o ex-chanceler alemão Helmut Schmidt. O ex-chanceler alemão Helmut Schmidt morreu nesta terça-feira, 10 de Novembro, aos 96 anos, depois de o seu estado de saúde se ter degradado significativamente no último fim-de-semana, indicou a agência de notícias alemã. O antigo dirigente social-democrata, chanceler de 1974 a 1982, foi o primeiro a denunciar a implantação dos mísseis balísticos soviéticos SS-20, em 1977, e a defender os euromísseis da NATO. Europeu convicto, criticou o modo como o seu sucessor Helmut Kohl conduziu a unificação da Alemanha.

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