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Executivo do YouTube tem um plano para tornar os músicos mais ricos

"Eu aposto que o próximo ano será o ano da música", afirmou Lyor Cohen encarregue de melhorar as relações entre o Youtube e a indústria da música.

Reuters
07 de Janeiro de 2018 às 14:00
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Os executivos da música que conversavam com Ed Sheeran e Selena Gomez durante uma festa do sector numa noite de Novembro do ano passado sabiam que o inimigo também estava lá. Susan Wojcicki dirige o YouTube, o site que permite que milhões de fãs ouçam as suas músicas favoritas sem pagar um cêntimo.

 

Mas Wojcicki, de 49 anos, foi à festa em missão de paz. Quem a acompanhou pela sala e a apresentou a Mary J. Blige e a Camila Cabello foi o homem a quem o YouTube confiou a tarefa de recompor os laços com as editoras e os artistas: o veterano executivo das editoras e agente Lyor Cohen.

 

Algumas semanas depois, o YouTube tinha fechado acordos de partilha de receita com as duas maiores editoras musicais, acordos necessários para lançar um serviço de música por assinatura em 2018 para competir com Spotify e Apple. As negociações estavam a decorrer há meses, mas Cohen achou que a presença de Wojcicki em Los Angeles reforçaria o compromisso do YouTube com a indústria da música.

 

"Tentar tranquilizar os patrões e os principais investidores faz parte do meu trabalho", disse Cohen em entrevista. "Eu gosto de lhes explicar como é a indústria da música, de contextualizar e de apresentá-los às pessoas."

 

Guerreiros espartanos

 

Cohen, de 58 anos, cresceu na cena musical de Nova Iorque da década de 1980, como agente das tornés de Run DMC, e ajudou a popularizar o hip-hop como representante de bandas como A Tribe Called Quest e Jay-Z. Atrevido e teimoso, o executivo de 1,95 metros alimenta- se de conflitos. Em 2012, após se demitir do cargo de director criativo da Warner Music Group, fundou a editora 300 Entertainment, cujo nome é uma homenagem ao grupo de guerreiros espartanos que lutou na batalha das Termópilas.

 

Entrou no YouTube em 2016, para um cargo com confrontos garantidos. Os executivos das editoras descrevem os seus colegas do YouTube como sanguessugas que se escondem atrás de leis de direitos de autor arcaicas e extraem milhares de milhões aos seus artistas. "As editoras acharam que era uma piada cruel de 1 de Abril", disse Irving Azoff, agente de Christina Aguilera e John Mayer.

 

Cohen está a reagir ao cepticismo com promessas de apoio financeiro para vídeos, promoção de novos lançamentos e medidas contra música grátis. O responsável trabalhou num argumento para vender a ideia em reuniões com artistas, agentes e directores de editoras: "Nós vamos torná-los ricos e famosos".

 

A parte principal das iniciativas de Cohen é o serviço de assinatura paga. O YouTube é o site de vídeos mais popular da internet e uma das ferramentas de promoção mais importantes dos artistas. No entanto, o streaming de música com anúncios representa menos de 7% da receita da indústria de música dos EUA. Se Cohen conseguir fazer com que alguns dos milhares de milhões de utilizadores mensais do YouTube paguem uma assinatura, abriria uma nova válvula financeira para o negócio da música.

 

"Eu aposto que o próximo ano será o ano da música", disse Cohen sobre 2018. "O negócio da música tem muito mais a ganhar se trabalhar em conjunto e construir coisas."

(Texto original: YouTube’s Unlikely Peacemaker Has a Plan to Make Musicians Rich)

 

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