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Pandemia põe milhões de europeus a caminho de crise de dívida

A crise económica pode agravar-se na Europa: os planos para suspender a ajuda sem precedentes aos trabalhadores durante a pandemia de coronavírus ameaçam mergulhar milhões de famílias em dívidas.

Terminado o confinamento geral, muitas pessoas começam a regressar aos seus locais de trabalho.
Paulo Calado
16 de Agosto de 2020 às 12:00
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Organizações que ajudam as pessoas a resolverem problemas financeiros alertam sobre o forte aumento do número de famílias sobrecarregadas por contas que não conseguem pagar. Mesmo nos países ricos com grandes poupanças, como a Alemanha e a Áustria, os cidadãos começam a mostrar preocupção.

"Em algumas províncias, já vemos um número significativamente maior de consultas de pessoas que procuram aconselhamento, em comparação com o ano passado", disse Maria Kemmetmueller, vice-diretora da organização de agências de aconselhamento de dívidas na Áustria. "No outono, esperamos um aumento no aconselhamento em todos os lugares de até 40%".

Estes problemas são uma das muitas ameaças à recuperação económica dos efeitos do coronavírus, na medida em que afetam os gastos. Alguns estudos sugerem um risco de instabilidade financeira mais ampla devido ao aumento dos incumprimentos e insolvências.


A Rede Europeia de Dívidas do Consumidor, que tenta combater o endividamento excessivo, estima que até 10% das famílias da UE já têm problemas, e o consultor Kosta Skliris estima que essa percentagem vai pelo menos duplicar.

Um estudo realizado pelo think tank Bruegel em Bruxelas revelou que quase um terço das famílias europeias achava que não poderia cobrir uma despesa inesperada mesmo antes da crise. E os países do sul da Europa têm famílias mais "financeiramente frágeis".

A Resolution Foundation disse este mês que 44% das famílias do Reino Unido antes da crise seriam incapazes de pagar as contas num período de três meses se perdessem a sua principal fonte de rendimento.

A perda do salário é a principal causa dos problemas financeiros, pelo que o impacto da pandemia foi mantido sob controlo até agora através de programas de apoio. Ainda assim, muitos governos, preocupados com o peso das próprias dívidas, pretendem reduzir esse apoio, aumentando potencialmente o desemprego.

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