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Não é só a Índia: novas vagas do vírus atingem países em desenvolvimento

Não é só a Índia. Novas vagas de covid-19 estão a atingir outros países em desenvolvimento, colocando uma grande pressão sobre os seus sistemas de saúde, que vem acompanhada de pedidos de ajuda.

04 de Maio de 2021 às 15:00
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Países como Laos e Tailândia, no Sudeste Asiático, e os que fazem fronteira com a Índia, como Butão e Nepal, têm registado aumentos significativos de casos de covid-19 nas últimas semanas. O aumento deve-se sobretudo a variantes mais contagiosas do coronavírus, embora a complacência e a falta de recursos para conter a propagação também contribuam para os novos surtos.

Na semana passada, o ministro da Saúde do Laos pediu equipamentos médicos e medicamentos, já que os casos aumentaram mais de 200 vezes no prazo de um mês. No Nepal, o nível de ocupação nos hospitais está a subir rapidamente ao mesmo tempo que as reservas de oxigénio estão quase a acabar. Os centros de saúde também estão sob pressão na Tailândia, onde 98% dos novos casos são de uma estirpe mais infecciosa, e algumas nações insulares no Oceano Pacífico enfrentam as primeiras ondas de covid.

Embora esses países tenham uma população muito inferior à da Índia e a dimensão dos curtos não seja comparável, o aumento dos casos nessas nações foi muito mais acentuado, sinalizando os possíveis perigos de uma propagação descontrolada. O ressurgimento - e os primeiros surtos em alguns países que conseguiram, em grande medida, evitar o avanço da covid no ano passado - reforça a urgência de entregar vacinas aos países mais pobres e menos influentes e evitar uma pandemia prolongada.

"É muito importante perceber que a situação na Índia pode acontecer em qualquer lugar", disse Hans Kluge, diretor regional da Organização Mundial da Saúde para a Europa, durante uma conferência na semana passada. "Este ainda é um grande desafio."



Classificados pelo aumento recente de casos registados nos últimos 30 dias em relação ao mês anterior, Laos ocupa o primeiro lugar, com uma subida de 22.000%, seguido pelo Nepal e pela Tailândia, nos quais o número de novas infeções disparou mais de 1.000% na comparação mensal.

Também no topo da lista estão o Butão, Trinidad e Tobago, Suriname, Camboja e Fiji, que assistiram ao surgimento da epidemia com subidas de três dígitos.

"Todos os países estão em risco", disse David Heymann, professor de epidemiologia de doenças infecciosas na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. "A doença parece estar a tornar-se endémica e, portanto, deverá continuar a ser um risco para todos os países no futuro previsível."

No dia 1 maio, a Índia registou um recorde de 401.993 novos casos nas 24 horas anteriores, enquanto as mortes atingiram um máximo de 3.689 no dia seguinte. Hospitais e crematórios do país fazem turnos extras para lidar com os doentes e o crescente número de mortes. Para agravar a crise, os centros de saúde também enfrentam escassez de oxigénio, e não têm capacidade para tratar os doentes afetados pelo coronavírus.

O forte surto no Laos - que havia registado apenas 60 casos desde o início da pandemia até 20 de abril e nenhuma morte até agora - mostra os desafios enfrentados por alguns países sem costa. Fronteiras porosas dificultam o controlo de travessias ilegais, embora a entrada seja tecnicamente proibida.

A situação é "muito séria", de acordo com Ali Mokdad, diretor de estratégia para saúde da população da Universidade de Washington. "Novas variantes exigirão uma nova vacina e reforço para os já vacinados. Vão atrasar o controlo da pandemia."

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