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Itália impõe quarentena no Natal para turistas nacionais e estrangeiros

O governo de Itália aprovou hoje a quarentena obrigatória para cidadãos italianos que estejam no estrangeiro entre 21 de dezembro e 6 de janeiro e regressem ao país e para turistas, para prevenir uma "terceira vaga" de infeções por Covid-19.

Lusa EPA
03 de Dezembro de 2020 às 23:28
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"Os italianos que forem para o estrangeiro entre 21 e 6 de janeiro, no seu regresso terão de entrar em quarentena", e o mesmo acontecerá com os turistas que viajarem para Itália nessas datas, disse o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte (na foto), numa conferência de imprensa em que anunciou as novas medidas restritivas para o período de férias.

Nestas datas, as viagens entre regiões serão proibidas e nos dias 25 e 26 de dezembro e 1 de janeiro não será permitida a saída dos municípios.

O recolher obrigatório entre as 22.00 e as 05.00 horas locais, com exceção do Ano Novo, em que o recolher obrigatório será prolongado até às 07.00 horas de 1 de janeiro de 2021, foi outra das medidas anunciadas pelo líder do governo italiano.

Nas regiões amarelas (com menor risco de contágio), os bares, restaurantes e pizzarias estarão abertos à hora do almoço, até às 18 horas e, depois, só para venderem comida para levar.

Nas áreas laranja e vermelha, a compra de comida para levar só estará disponível até às 22 horas, hora local.

Segundo Giuseppe Conte, "é razoável que dentro de algumas semanas todas as regiões sejam amarelas".

Por agora, os restaurantes de hotel serão encerrados a 31 de dezembro e só será permitido o serviço de quartos, para se evitarem celebrações.

De 4 de dezembro a 6 de janeiro, as lojas serão autorizadas a permanecer abertas até às 21 horas, hora local, mas nos centros comerciais só serão permitidas farmácias, lojas de alimentos, tabacarias e quiosques, nos feriados e vésperas.

Entre 21 de dezembro e 6 de janeiro, os cruzeiros serão suspensos e as estâncias de esqui serão encerradas.

Além disso, a partir de 7 de janeiro, os alunos do ensino secundário poderão regressar às salas de aula, mas com uma capacidade de 75%.

"Estamos a evitar um confinamento generalizado, como o da Primavera, que teria sido muito prejudicial para todo o país em termos económicos e sociais", disse Conte, que argumentou que se as medidas forem relaxadas, existe o risco de uma terceira vaga em janeiro "pior que a primeira e a segunda".

O governo italiano anunciou estas medidas no dia em que a Itália registou 993 mortes por Covid-19, o pior número desde o início da pandemia.

Estes números justificam as medidas restritivas adotadas pelo Executivo para o período de Natal, apesar das críticas das regiões, defendeu o Ministro dos Assuntos Regionais, Francesco Boccia.

"Com 993 mortes num dia, é impensável imaginar um relaxamento das medidas" para evitar o contágio, afirmou Boccia à estação pública de televisão RAI.

As regiões de Itália, especialmente as do norte, maioritariamente governadas pela direita, criticaram o facto de não terem sido contactadas pelo governo para serem ouvidas sobre estas últimas restrições, medidas que consideram demasiado duras para as famílias e a economia.

Ao contrário de Itália, Inglaterra flexibiliza algas medidas e a partir do próximo sábado isenta da quarentena obrigatória de 14 dias os empresários que chegam ou regressam ao país em viagem de negócios, porque estes podem acrescentar valor à economia, informou o Ministro britânico dos Transportes Grant Shapps.

Também estarão isentos "os trabalhadores recém-contratados das artes do espetáculo, equipas de produção televisiva, jornalistas e atletas de elite", escreveu Shapps na sua conta do Twitter.

O ministro acrescentou que as condições e critérios a cumprir por os que podem beneficiar desta medida, que só se aplica aos viajantes que chegam de um país que não faz parte dos chamados "corredores seguros", destinos sem restrições no local, serão detalhados em breve.

Numa declaração, o Ministério especificou que esta isenção pode ser utilizada por "indivíduos que participem numa atividade específica, que traga benefícios significativos para a economia do Reino Unido, incluindo atividades que criem ou salvaguardem mais de 50 empregos".

As pessoas envolvidas só poderão encontrar-se com pessoas que também estejam envolvidas nessa atividade específica.

O governo britânico considera que estas isenções "não irão aumentar o risco de transmissão" da covid-19, graças aos protocolos que condicionam a sua utilização.

Todos os viajantes serão ainda obrigados a ter um documento para que possam ser localizados.

O Reino Unido passou hoje a barreira das 60.000 mortes pela doença (um total de 60.113), com 414 novas mortes terem sido registadas nas últimas 24 horas.

Além disso, foram confirmados 14.879 novos casos positivos no laboratório, elevando o total desde o início da pandemia para 1.674.134.
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