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Governo aprova investimento de 20 milhões para comprar 6,9 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 

A decisão foi adotada pelo Conselho de Ministros realizado hoje por via eletrónica.

20 de Agosto de 2020 às 12:52
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O Conselho de Ministros aprovou hoje a autorização para o investimento de 20 milhões de euros em contratos a celebrar para a aquisição de vacinas contra a covid-19.

"O Estado Português associa-se assim à aquisição de vacinas contra a doença COVID-19 no âmbito do procedimento europeu centralizado, sendo que a Resolução do Conselho de Ministros hoje aprovada corresponde à primeira fase dos procedimentos aquisitivos, a realizar em 2020, assegurando a aquisição de 6,9 milhões de doses e assumindo como referência a estratégia nacional e correspondentes populações-alvo a definir pela Direção-Geral da Saúde", refere um comunicado do Executivo. 

"Por decisão da Comissão Europeia foi aprovado o modelo de acordo com os Estados-Membros sobre a aquisição de vacinas COVID-19 e procedimentos conexos, que atribui a cada um dos Estados-Membros o direito de aquisição de uma quantidade determinada de vacinas contra a doença COVID-19", refere a mesma fonte.

Neste processo centralizado, a União Europeia selecionou seis entre as diversas vacinas que estão a ser desenvolvidas a nível mundial, "como as seis onde valia a pena investir", como explicou hoje o primeiro-ministro António Costa.

Em Gaia, acompanhado pela ministra da Saúde Marta Temido, o chefe do governo destacou a aquisição destas primeiras doses como um passo "fundamental" para vencer a atual crise.

"Hoje é um dia importante porque demos um passo fundamental para podermos acreditar que está ao nosso alcance aquele dia fundamental sem o qual não podemos dar esta crise por ultrapassada que é o dia em que há uma vacina desenvolvida pela ciência e produzida pela indústria, mas devidamente comercializada, distribuída e acessível à população", disse o primeiro-ministro.


António Costa recordou, no entanto, que "até haver uma imunização geral da população ou um tratamento" é preciso estar preparado.


"Os otimistas acreditam no final deste ano haverá os primeiros lotes. Os realistas têm de acreditar que os otimistas têm razão, mas temos de nos preparar para que assim possa não ser. Até haver uma imunização geral da população ou um tratamento para esta doença, temos de estar preparados para o pior para que o melhor se consiga fazer", referiu.

"Os otimistas acreditam no final deste ano haverá os primeiros lotes. Os realistas têm de acreditar que os otimistas têm razão, mas temos de nos preparar para que assim possa não ser. Até haver uma imunização geral da população ou um tratamento para esta doença, temos de estar preparados para o pior para que o melhor se consiga fazer", referiu.

 

António Costa ainda fez uma referência em forma de apelo à DGS, apontando confiar no trabalho das autoridades de saúde na preparação da distribuição da vacina.

 

"Confiamos que a DGS defina os critérios a que devem obedecer à vacinação progressiva, universal e gratuita da população portuguesa para assegurar a imunização", disse o primeiro-ministro, que falava junto a um mural de homenagem a profissionais de saúde que foi hoje inaugurado no CHVNG/E, centro hospitalar que quer ter pronta em novembro uma nova unidade de cuidados intensivos orçada em 3,3 milhões de euros.

 

"Hoje testemunhamos o arranque [das obras] da unidade de cuidados intensivos. É muito importante porque se acontecer o pior vamos estar melhor preparados (...). Este vosso exemplo ilustra bem o que tem de ser a atitude. Temos sempre de desejar o melhor e estar sempre preparados para o pior", disse António Costa, lembrando que o outono e o inverno estão a chegar e que o país tem de estar preparado.


Costa afasta novo confinamento 

António Costa reiterou a ideia de que Portugal não poderá passar por uma nova fase de confinamento, referiu-se à reabertura de escolas e disse que o futuro tem de ser encarado com "cautela e cuidados" perante "essa realidade nova, essa coisa nova que é a covid-19".

 

"O vírus é muito novo e não se sabe verdadeiramente como se comporta. Há uma coisa que sabemos - a experiência da vida mostrou-nos isso - as pessoas adoecem mais no outono e no inverno. Temos de nos preparar com a consciência de que não vamos poder ter no próximo ano a capacidade de resposta que tivemos em março quando decidimos encerrar as escolas.

 

 Não vamos poder voltar a encerrar totalmente empresas, atividades empresariais, porque isso significa milhares de postos de trabalho em risco e uma destruição coletiva da riqueza do nosso país e do funcionamento da nossa sociedade", concluiu.

 

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 787 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.786 em Portugal.

 

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

 

Em Portugal, morreram 1.788 pessoas das 54.992 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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