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França avança 345 mil milhões para combater covid-19 e admite nacionalizações
O Governo francês vai disponibilizar 345 mil milhões de euros para combater o impacto da epidemia da covid-19. O défice orçamental é agora estimado em 3,9%, a dívida irá superar os 100% do PIB e a estimativa provisória é que a economia do país contraia 1%. O Eliseu admite mesmo nacionalizar empresas.
O Governo francês vai disponibilizar 345 mil milhões de euros para combater o impacto da epidemia da covid-19, indicou o ministro das Finanças gaulês, Bruno Le Maire, esta terça-feira. O governante admite que para salvar empresas o Estado possa mesmo nacionalizar algumas companhias.
Em conferência de imprensa telefónica, Le Maire foi perentório: "Não hesitarei em usar todos os meios ao meu dispor. Isso pode ser capitalização das empresas, pode ser entradas no capital, posso mesmo usar o termo nacionalização, caso seja necessário".
O ministro indicou ainda que a dívida francesa irá superar os 100% do PIB este ano, sem contudo detalhar uma estimativa. E este valor é assumindo que a economia gaulesa contrai 1% este ano, algo que Le Maire advertiu ser ainda provisório e que poderá evoluir consoante os desenvolvimentos da situação da epidemia.
"Esta guerra económica e financeira será longa", disse Le Maire, acrescentando ainda que "será violenta e irá exigir toda a força da nossa nação" e da Europa e do G7.
Le Maire elogiou a decisão do regulador francês dos mercados de capitais de proibir as vendas a descoberto de ações de 92 empresas cotadas esta terça-feira, referindo que o país está preparado para estender essa proibição durante um mês.
"Estamos prontos a tomar decisões mais fortes se necessário. Queremos evitar a especulação nos mercados", frisou.
Também esta terça-feira o ministro das Contas Públicas, em entrevista ao jornal Les Echos, revelou que o Governo estima agora um défice orçamental de 3,9% do PIB para este ano, muito acima dos 2,2% anteriormente previstos.
"Se sempre defendi o rigor orçamental em tempos de paz, é para que a França não tenha de poupar recursos em tempo de guerra", sublinhou.