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Costa: Falta de dados científicos está a condicionar "certificado verde"
O primeiro-ministro disse esta sexta-feira que a falta de dados científicos consolidados condiciona a criação de um "certificado verde" europeu para facilitar a livre circulação no contexto da covid-19, mas confia "que até ao verão esse documento exista".
26 de Fevereiro de 2021 às 13:44
Numa conferência de imprensa, em Lisboa, para dar conta das discussões no Conselho Europeu de quinta-feira sobre a resposta coordenada europeia à pandemia da covid-19, António Costa sublinhou a necessidade de, ao mesmo tempo que são adotadas medidas para conter a propagação do vírus, "assegurar as melhores condições para o funcionamento do mercado interno e para a liberdade de circulação no espaço europeu".
"Nesse sentido, a Comissão ficou de preparar durante os próximos meses um documento que permita atestar, de uma forma não identificada, que uma pessoa está numa das seguintes circunstâncias: ou já esteve contaminada com covid, ou já esta devidamente vacinada, ou realizou um teste que confirma que não está nesse momento contaminado, de forma a permitir uma maior facilidade de circulação e uma menor necessidade de recurso a medidas como quarentena", explicou.
"Para a realização deste documento, é sobretudo fundamental que a Comissão Europeia possa ter informação científica consolidada sobre o grau de imunização assegurado pelas vacinas e também pela imunização por via da contração do vírus. Esses são os fatores essenciais que neste momento condicionam a existência desse documento", assinalou então.
Apontando que um documento desta natureza "obviamente facilitará muito a liberdade de circulação, ajudará muito o funcionamento do mercado interno e ajudará naturalmente a que o turismo possa ter uma retoma mais tranquila do que a que teve por exemplo no verão passado", António Costa defendeu que "o ideal é que este certificado verde não seja um certificado nacional, seja um certificado comum a toda a UE e seja objeto de reconhecimento mútuo".
O primeiro-ministro argumentou que "isso é aquilo que garante que qualquer um possa entrar em Portugal sem se sujeitar a quarentena e é aquilo que garante simultaneamente que os portugueses possam deslocar-se sem terem de se sujeitar a quarentena".
"Nós somos defensores de uma medida à escala europeia, e é com esse objetivo que, enquanto presidência [do Conselho da UE], estamos a trabalhar em conjunto com a Comissão, e é com esse objetivo também que a Comissão está a trabalhar. E o desejo que todos temos é que até ao verão esse documento exista", concluiu.