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Carnival encara a Covid-19 com um navio com capacidade para 6.500 pessoas

A Carnival encontra-se pronta para retomar as suas viagens, contudo necessita da aprovação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. No seu maior barco só podem agora embarcar 6.500 passageiros, mas o lado positivo é que existe uma montanha-russa.

DR
01 de Janeiro de 2021 às 19:00
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Na fria e escura Finlândia, no meio da pandemia, os trabalhadores do estaleiro de Meyer Turku empenhavam-se arduamente para colocar uma montanha-russa no topo de um navio de cruzeiro - uma inovação a nível mundial. Outros estavam a instalar uma cervejaria, que poderia produzir cervejas artesanais através de água do mar filtrada, destinada a um surpreendente público a bordo de até 6.500 passageiros.

Mardi Gras, o maior "Fun Ship" da Carnival Cruise Lines, a companhia de navegação norte-americana, está pronto para partir. É claro que passarão meses antes que o primeiro viajante entre a bordo. Há muitas dúvidas sobre a altura em que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças suspenderão as suas ordens de proibição de embarque e permitam que os navios retomem - ou no caso do Mardi Gras, recomecem - as operações.

A Carnival está a planear a sua estreia para abril de 2021, com roteiros de uma semana pelo Caribe. Mas, para isso, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças exigem que todos os navios se inscrevam para certificações ainda não determinadas e que realizem cruzeiros de teste para provar que estão preparados para fazer face à nova realidade pós pandemia. Há também o problema dos fechos persistentes das fronteiras e do fato de que praticamente nenhum navio que saiu de seu porto conseguiu voltar sem um caso confirmado de Covid-19 a bordo — ou pelo menos sem um bom susto.

Além da montanha-russa do convés superior, o navio de 950 milhões de dólares e 180 mil toneladas - 1,5 vezes o tamanho do segundo maior navio da Carnival - tem dois teatros, cinco toboáguas, uma tirolesa e um Fiat 1972, estacionado estrategicamente para possibilitar a captura de boas fotografias para a rede social Instagram.

O Mardi Gras também será o primeiro navio de cruzeiro na América do Norte a operar com gás natural liquefeito, o que reduz em cerca de 20% as emissões de carbono, em comparação com o óleo diesel marítimo. Até agora, os planos à prova de pandemia do navio incluem um centro médico de última geração - o maior da frota da Carnival. Mas os hóspedes que procuram detalhes sobre precauções adicionais descobrirão que ainda não há muitas informações concretas disponíveis. Em vez disso, a empresa está concentrada em sinos e apitos. Destes, existem muitos.
 
Uma montanha-russa num navio
 
Ben Clement, vice-presidente da Carnival e responsável pela construção naval, não queria o barulho e a vibração típicos de uma montanha-russa no navio. Para isso, Clement procurou até encontrar a Maurer Rides, uma empresa alemã com sistemas auto propelidos exclusivos para tornar as montanhas-russas praticamente inaudíveis. "Em vez de trabalhar com correntes e plataformas, esta montanha-russa utiliza um motor elétrico", explica Clement. "Era muito mais silencioso do que qualquer outra coisa que tínhamos visto e tinha uma grande aceleração - e era seguro e leve o suficiente para ser colocado no topo do navio", garante ainda o vice-presidente.

Distanciamento social

Com uma lotação máxima de 6.500 passageiros a bordo, encontrar uma maneira de criar espaços únicos para os clientes sempre foi uma das principais preocupações do Mardi Gras. Na era da Covid-19, esta premissa ganha ainda uma relevância adicional, sendo necessário respeitar o distanciamento social. O design, elaborado há cinco anos, apresenta seis "zonas" temáticas e nunca teve de ser repensado para fazer face às novas regras.

Dispersos pelas áreas públicas estão dezenas de restaurantes e bares, incluindo uma área ao ar livre chamada de Street Eats, destinada a um festival de food truck. "Não queríamos food service com longas filas", diz Clement sobre a decisão de oferecer tantos estabelecimentos diferentes.

E quanto ao nome? É uma homenagem. O primeiro navio da história da Carnival foi o TSS Mardi Gras, destinado a receber 1.240 passageiros, saiu de Miami em 1972 e bateu contra um banco de areia, onde ficou preso e à vista da cidade. Na primeira página de um jornal o acontecimento foi apelidado de "Mardi Gras on the Rocks". A Carnival espera que, desta vez, a montanha-russa seja o centro das atenções e o tema de conversa.
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