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Britânicos podem ter acesso a vacina a partir de setembro

O diretor francês da farmacêutica, com sede em Cambridge, no Reino Unido, afirmou que os cidadãos daquele país estarão entre os primeiros a receber as doses, a partir do outono, em declarações à BBC News.

DR
24 de Maio de 2020 às 18:23
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O presidente executivo (CEO) da empresa farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, Pascal Soriot, disse hoje que os britânicos poderão ter acesso a uma vacina contra o novo coronavírus a partir de setembro, caso os testes clínicos prossigam.

O diretor francês da farmacêutica, com sede em Cambridge, no Reino Unido, afirmou que os cidadãos daquele país estarão entre os primeiros a receber as doses, a partir do outono, em declarações à BBC News, citadas pela agência espanhola de notícias Efe.

"Recebemos um pedido do Governo britânico para fornecer 100 milhões de doses da vacina, e essas serão enviadas para os britânicos", referiu Pascal Soriot durante um programa no canal público de televisão.

Na sexta-feira, a universidade de Oxford começou a recrutar mais de 10 mil voluntários no Reino Unido para as novas fases de testes clínicos a uma vacina que está a desenvolver contra a covid-19.

Depois de, numa primeira fase iniciada em abril, terem sido realizados testes de segurança em centenas de pessoas, as próximas duas fases vão ocorrer em várias partes do país e envolver até 10.260 voluntários com mais faixas etárias, incluindo entre os 5 e 12 anos e mais de 56 anos.

Na primeira fase foram excluídos voluntários mais velhos por pertencerem aos grupos de risco devido a uma mortalidade mais elevada na respetiva faixa etária.

As próximas fases pretendem saber o grau de eficácia da vacina e potenciais efeitos secundários e vai ser dada prioridade a pessoas com maior risco de exposição ao vírus, como profissionais de saúde ou trabalhadores de profissões críticas com atendimento ao público.

O projeto de investigação em curso pela universidade de Oxford recebeu um investimento de 20 milhões de libras (22 milhões de euros) por ter formalizado uma parceria com a farmacêutica AstraZeneca.

Hoje, o diretor Pascal Soriot, disse que o acesso dos britânicos à vacina dependerá do trabalho dos especialistas estar concluído, antes que os níveis de transmissão continuem a baixar.

"A vacina tem de funcionar e essa é uma questão. A outra é, mesmo que funcione, temos de ser capazes de o demonstrar", admitiu.

As declarações de Soriot surgem na sequência das afirmações de um dos responsáveis no projeto que está a desenvolver a vacina, publicadas hoje no jornal The Sunday Telegraph.

O investigador que defendeu que face à redução da taxa de transmissão da covid-19 na comunidade, os testes em curso poderão ter só 50% de sucesso.

Segundo o professor Adrian Hill, diretor do Instituto Jenner, se a propagação do vírus for muito lenta, não serão infetados voluntários suficientes e o estudo poderá não demonstrar, definitivamente, e se a vacina é eficaz.

O especialista lembrou que já tinha alertado para a possibilidade, com 80% de sucesso, de ser desenvolvida uma vacina eficaz antes de setembro.

"Mas, no momento, há 50% de chance de não obter resultados. Estamos na estranha posição de querer que o covid-19 permaneça, pelo menos por um tempo. Por esse motivo, os especialistas precisam de avançar o mais rápido possível antes que a doença desapareça para demonstrar que a vacina é eficaz", observou, citado pela EFE.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 342 mil mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.316 pessoas das 30.623 confirmadas como infetadas, e há 17.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,4 milhões, contra dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 142 mil, contra mais de 173 mil).
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