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As linhas de crédito já disponíveis e as que ainda estão por lançar

Até à data, já foram lançadas seis linhas de crédito, no valor global de 3,46 mil milhões de euros, destinadas, sobretudo, às empresas da indústria, turismo e restauração. Em breve, serão lançadas novas linhas, no valor de 7 mil milhões de euros.

Mário Cruz/Lusa
07 de Abril de 2020 às 15:50
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Primeira linha esgotada
A primeira linha a ser lançada, a Capitalizar 2018 Covid-19, destina-se a empresas de qualquer setor. Começou por ser lançada com 100 milhões de euros e acabou por ficar com uma dotação de 400 milhões. Com "spreads" que ultrapassam os 3% e prazos de pagamento até quatro anos, já está esgotada. Segundo os dados fornecidos pelo Ministério da Economia, esta linha recebeu pedidos de financiamento no valor de 1.130 milhões de euros, tendo sido aprovadas operações no valor de 635 milhões. Este valor é superior ao que é disponibilizado nesta linha, pelo que o Governo decidiu remeter os montantes que ultrapassavam a capacidade desta linha para as novas linhas de crédito, que estão operacionais desde a semana passada.

Turismo tem 60 milhões em microcrédito
A linha de microcrédito de 60 milhões de euros destina-se a microempresas de turismo que não estejam em situação de dificuldade anterior a esta crise. Com prazo máximo de três anos e sem juros, o financiamento máximo é de 750 euros mensais por cada trabalhador existente a 29 de fevereiro, multiplicado pelo período de três meses, até 20 mil euros. O Turismo de Portugal já recebeu 2.996 candidaturas no âmbito desta linha, das quais 694 foram aprovadas, não sendo ainda conhecido o valor total dos apoios concedidos. António Condé Pinto, presidente da APHORT, diz ao Negócios que há uma "grande adesão" a esta linha e que as respostas do Turismo de Portugal "estão a ser bastante rápidas".

3 mil milhões para três setores
As quatro principais linhas de crédito contam com 3 mil milhões de euros. 1.300 milhões destinam-se à indústria, incluindo têxtil, vestuário, calçado e fileira da madeira; 900 milhões são dirigidos aos empreendimentos turísticos; há 200 milhões para as agências de viagens e empresas de animação turística; por fim, as empresas de restauração têm disponíveis 600 milhões de euros. Em cada uma destas linhas, o montante máximo de financiamento é de 1,5 milhões para médias empresas, 500 mil para pequenas e 50 mil para microempresas, sendo que o montante não pode exceder 25% das receitas nem o dobro da massa salarial anual. O prazo máximo de cada operação será de quatro anos e o "spread" máximo é de 1,5%, sendo esta taxa variável consoante a maturidade do empréstimo. No âmbito destas linhas, os bancos já receberam 229 pedidos de financiamento, no valor total de 90 milhões de euros, não sendo ainda conhecidos números sobre as operações aprovadas.

Governo vai lançar mais 7 mil milhões
Na semana passada, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, anunciou que o Governo vai lançar novas linhas, no valor de 7 mil milhões de euros, para abranger setores ainda não incluídos nas linhas já disponíveis. Entretanto, a Comissão Europeia já autorizou o Estado português a garantir linhas no valor total de 13 mil milhões, incluindo as linhas que já estão disponíveis. Comércio e serviços, transportes de passageiros e de mercadorias, metalomecânica e metalurgia são alguns dos setores que passarão a poder aceder a estas linhas, cujo lançamento já foi aprovado pela Comissão Europeia. Ainda não há uma data para que estas novas linhas passem a estar disponíveis para serem subscritas junto dos bancos aderentes.

PSD pede linhas no total de 10 mil milhões
Já depois de o Governo ter anunciado que serão lançadas novas linhas de 7 mil milhões de euros, o líder do PSD, Rui Rio, veio defender que o valor total das linhas de crédito deverá ser alargado para 10 mil milhões - será este, precisamente, o montante final disponível, quando forem lançadas as novas linhas. Rui Rio pede, ainda, que as linhas sejam alargadas a empresários em nome individual.

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