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Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto foram responsáveis por 70% da quebra de faturação na pandemia
Os dados do INE e do E-fatura mostram que, a nível nacional, a quebra da faturação foi de 14,3% entre março e dezembro do ano passado.
As áreas metropolitanas de Lisboa (AML) e do Porto (AMP) foram responsáveis por 70% da quebra de faturação verificada em Portugal entre março e dezembro do ano passado, meses marcados pela pandemia da covid-19 e pelas medidas impostas para conter os contágios.
Esta é uma das conclusões do mais recente relatório do INE, que cruza informações com os dados do E-fatura, e que mostra que o valor tributável no portal apresentou um decréscimo, a nível nacional de 14,3% face ao mesmo período de 2019.
No entanto, a descida da faturação não foi uniforme ao longo do tempo nem em todas as regiões do país. Nos primeiros cinco meses do período em análise, que compreendem o primeiro confinamento geral – ou seja, de março a julho – a quebra foi de 18,9%, muito superior à descida de 9,8% observada de agosto a dezembro.
Houve também regiões com um impacto superior à média nacional, como é o caso do Algarve e da Madeira, muito dependentes das receitas do turismo, onde a faturação desceu 27,4% e 21,6%, respetivamente. Também a Área Metropolitana de Lisboa ficou acima da média, com uma diminuição de 18,2%.
O Algarve, apesar de ter sido a região do país com descidas homólogas mais fortes nos dois períodos de cinco meses, "foi também a região onde esta taxa verificou a maior recuperação entre estes dois períodos: -35,8% entre março a julho e -19,1% entre agosto a dezembro, correspondendo a uma diminuição de 16,7 pontos percentuais", destaca o INE.
Do lado oposto, as sub-regiões de Terras de Trás-os-Montes (-0,6%), Beira Baixa (-5,1%), Lezíria do Tejo (-6,2%), Viseu Dão Lafões (- 7,0%) e Ave (-7,2%) destacaram-se por apresentarem níveis de contração menos severos entre as 25 sub-regiões do país.
Alojamento e atividades artísticas lideram quebras na faturação
Os dados do INE permitem também perceber que setores de atividade foram mais penalizados durante os primeiros nove meses da pandemia.
Considerando 36 ramos de atividade económica, o INE revela que apenas cinco registaram acréscimos de faturação, a maioria dos quais beneficiando do contexto da pandemia: Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas (+18,1%), Investigação científica e desenvolvimento (+10,5%), Consultoria e atividades relacionadas de programação informática; atividades dos serviços de informação (+7,7%), Telecomunicações (+3,9%) e Construção (+2,9%).
Os restantes ramos de atividade económica registaram decréscimos, destacando-se as Atividades de alojamento (-66,5%) e as Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas (-50,6%) – onde o valor de faturação de março a dezembro de 2020 representou menos de metade do valor faturado no mesmo período em 2019.
Com redução do volume de faturação superior a 40% destacavam-se ainda as Atividades de restauração e similares (-42,5%).