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Qual o resultado da autópsia à crise? “Austericídio”

O Observatório sobre Crises e Alternativas publicou esta terça-feira o seu primeiro relatório, onde pretende ilustrar as consequências negativas de três anos de austeridade. Apontam como decisiva a desvalorização dos salários e como preocupante a transferência dos rendimentos do trabalho para o capital.

10 de Dezembro de 2013 às 18:03
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Realizado em parceria com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, o relatório “Anatomia da crise: identificar os problemas para construir as alternativas” apresenta um diagnóstico muito negativo do impacto dos programas de austeridade e acusam o Governo e a troika de não estarem a responder à crise, mas sim a executarem um programa política. “Foi a estratégia, por muitos considerada errada e até perigosa, da austeridade – um verdadeiro austericídio, para usar um neologismo importado de Espanha, a estratégia do “custe o que custar”.

 

Segundo o estudo, um trabalhador médio português terá perdido perto de 3% do seu rendimento anual, apenas através da implementação das alterações ao Código do Trabalho introduzidas em Junho de 2012.

 

“Assume-se a austeridade como uma forma de economia política, que conheceu alternativas nas fases iniciais de “gestão” da crise, mas que a seguir passou a ser sistematicamente formulada tendo em vista agir sobre o modelo social e político, revolucionando-o estruturalmente através do modo como considera o trabalho e o Estado”, apontam os autores do estudo, entre os quais está Manuel Carvalho da Silva, José Reis, Nuno Teles, João Rodrigues e José Manuel Pureza.

 

Em declarações ao Negócios, o ex-líder da CGTP defende que, apesar de a actual situação “provocar dificuldades às empresas, a ideia de que pode ser resolvida pelos salários do privado é demolidora”.

 

O relatório acrescenta que “estamos perante roturas violentas introduzidas na forma do Estado e da governação” e que os “consensos que consagravam lutas sociais anteriores” foram substituídos pela “exclusão e pela desvalorização interna”. O documento inclui ainda a quantificação do impacto das alterações à legislação laboral na transferência de riqueza do trabalho para o capital, uma “reversão muito problemática e perigosa do sistema social e político”.

 

O estudo do Observatório sobre Crises e Alternativas será apresentado quarta-feira, 11 de Dezembro, às 14h30, na Gulbenkian.

 

Leia a análise completa ao relatório na edição impressa desta quarta-feira Negócios.

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