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Portugal arranca o ano com défice externo de 552 milhões de euros

Ao contrário do que aconteceu em 2020 e em 2021, a economia registou um défice externo em janeiro deste ano. O saldo comercial também ficou mais negativo, com as importações a subirem mais do que as exportações.

Há sinais de abrandamento nas maiores economias mundiais para a primeira metade deste ano, aponta a OCDE.
Alan Devall/Reuters
18 de Março de 2022 às 11:54
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A economia portuguesa arrancou 2022 com um défice externo de 552 milhões de euros, revelou esta sexta-feira o Banco de Portugal. O valor contrasta com os excedentes que tinham sido conseguidos em 2020 e 2021 e representa um arranque de ano também mais negativo do que o de 2019, o último ano completamente pré-covid.

Segundo o Banco de Portugal, em 2021 Portugal tinha registado um excedente externo de 62,4 milhões de euros em janeiro. Um ano antes, quando a covid-19 ainda não tinha afetado Portugal mas já estava espalhada por vários outros países, o excedente tinha sido de 67,6 milhões de euros. E em 2019, num ambiente completamente pré-pandémico, janeiro tinha apresentado um défice de 327,8 milhões de euros.

Consultando a série histórica, o arranque de 2022 foi mesmo o janeiro mais negativo desde 2012, quando a economia apresentou um défice externo de 1.116,4 milhões de euros.

O banco central explica que a balança comercial, que faz parte do saldo externo, ficou mais negativa, com o comportamento das trocas de serviços a não serem capazes de compensar o agravamento registado nas trocas de bens. O saldo comercial agravou-se em 392 milhões de euros face ao mês homólogo.

Serviços recuperam nível pré-pandemia, bens afundam défice
O excedente da balança de serviços (que inclui as viagens e turismo) recuperou significativamente em janeiro deste ano: atingiu 709,1 milhões de euros, face aos 485,7 que tinha conseguido um ano antes. Tanto as exportações como as importações de serviços aumentaram muito (50,4% e 52,5%, respetivamente, em termos homólogos), tendo ambos superado os valores do pré-pandemia, ou seja, de janeiro de 2019.

A rubrica de viagens e turismo contribuiu para este resultado, com as exportações a mais do que duplicarem face a janeiro de 2021 (subiram 101,4%) e as importações a crescerem 71,3%. Ainda assim, "em janeiro de 2022, os valores das exportações e das importações de viagens e turismo permaneciam inferiores aos observados antes da pandemia, correspondendo a 78,0% e 74,9% dos registados em janeiro de 2019", nota o Banco de Portugal.

Já a balança de bens afundou ainda mais o défice: agravou-se em 617 milhões de euros, para 1.365 milhões. Este resultado foi fruto de um crescimento das exportações (23%) menor do que o das importações (31,5%). Tanto o valor das exportações como o das importações foram superiores aos registados antes da pandemia (2019).
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