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Excedente externo da economia sobe para 4,1 mil milhões no primeiro semestre
Excedente externo da economia portuguesa quase duplicou face a igual período do ano passado. Evolução positiva deveu-se sobretudo à diminuição do défice da balança de bens e a um aumento do excedente da balança de serviços, com destaque para as viagens e turismo.
A economia portuguesa teve um excedente externo de 4,1 mil milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. Os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP) indicam que o saldo positivo da balança de pagamentos nacional foi quase o dobro do registado em igual período do ano passado.
"No primeiro semestre de 2024, a economia portuguesa apresentou um excedente externo de 4,1 mil milhões de euros, que compara com um excedente de 2,1 mil milhões de euros no período homólogo", indica o BdP. Porém, considerando apenas junho, o saldo das balanças corrente e de capital foi de 1.391 milhões de euros, menos 248 milhões de euros face ao mesmo mês de 2023.
O aumento semestral do excedente externo deveu-se sobretudo à diminuição do défice da balança de bens e a um aumento do excedente da balança de serviços, com destaque para as viagens e turismo.
No caso da balança de bens, o défice registado diminuiu 800 milhões de euros, em resultado de uma queda mais expressiva nas importações do que nas exportações no primeiro semestre. As importações portuguesas de bens caíram 997 milhões de euros face a igual período do ano passado (-2%), enquanto as exportações de bens perderam 197 milhões (-0,5%).
Já a balança de serviços viu o excedente aumentar 1.191 milhões de euros, "tendo a evolução do saldo de viagens e turismo (+1.024 milhões de euros) justificado grande parte desta variação".
A contribuir também para um excedente externo superior ao do ano passado estive também a balança de rendimento secundário (que regista as transferências correntes entre residentes e não residentes), cujo excedente aumentou 213 milhões "fruto, em grande medida, de um prémio de Euromilhões".
Por outro lado, o excedente da balança de capital diminuiu 191 milhões, sobretudo devido à "evolução das operações de compra e venda de ativos intangíveis com o exterior".
Em relação à capacidade de financiamento da economia portuguesa no primeiro semestre, essa traduziu-se num saldo positivo da balança financeira de 4.110 milhões de euros. Esse saldo resulta de um aumento dos ativos osbre o exterior, de 20.438 milhões de euros, e de um aumento menos acentuado dos passivos, de 16.328 milhões.
"Todos os setores exceto as administrações públicas contribuíram para a variação positiva dos ativos líquidos de Portugal perante o resto do mundo", nota o BdP.
O banco central foi o que apresentou o maior valor (6.121 milhões de euros), seguido das outras instituições financeiras monetárias (1.943 milhões), das sociedades de seguros e fundos de pensões (729 milhões), dos particulares (643 milhões), das sociedades não financeiras (601 milhões) e das instituições financeiras não monetárias exceto sociedades de seguros e fundos de pensões (406 milhões).
"Em sentido contrário, as administrações públicas apresentaram variações negativas dos seus ativos líquidos, de 6.334 milhões de euros", acrescenta o banco liderado por Mário Centeno.
(notícia atualizada às 11:58)