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Défice externo agrava-se para 1.787 milhões de euros em abril

Segundo o Banco de Portugal, o défice externo agravou-se para 1.787 milhões de euros até ao final de abril, uma subida expressiva face ao défice de 27 milhões de euros registado no mesmo mês do ano passado.

21 de Junho de 2022 às 12:22
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O défice das contas externas continua a agravar-se. Em abril, o saldo acumulado das balanças corrente e de capital alcançou 1.787 milhões de euros, uma subida expressiva face ao défice de 27 milhões de euros registado no mesmo mês do ano passado.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 21 de junho, pelo Banco de Portugal (BdP). "A economia portuguesa tem necessidade de financiamento de 1.787 milhões de euros até abril de 2022", frisa o banco central. Não só o défice é superior ao registado em abril do ano passado, como a diferença homóloga tem estado a agravar-se a cada mês que passa.



Em abril, o défice da balança corrente e de capital foi de 470 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 40 milhões de euros relativamente ao mesmo período de 2021. Essa melhoria deveu-se, sobretudo, ao aumento de 909 milhões de euros do excedente da balança de serviços e ao decréscimo de 212 milhões de euros do défice de rendimento primário, explica o BdP.

Por sua vez, o défice da balança de bens, de 975 milhões de euros, e a redução de 145 milhões de euros no excedente o rendimento secundário, atenuaram esses efeitos, acrescenta o banco central. 

Importações sobem mais que exportações

O aumento do défice da balança de bens, para 1.975 milhões de euros, reflete um crescimento das importações superior ao das exportações (29% e 15,9%, respetivamente), sendo que o valor das exportações e o das importações ultrapassaram os registados em abril de 2019, no pré-pandemia. 

As exportações e as importações de serviços aumentaram, respetivamente, 108,1% e 61,3% relativamente a abril de 2021, superando também os valores do pré-pandemia. "Para a subida em relação a 2021 contribuíram, em particular, as rubricas de viagens e turismo, de transporte aéreo e de serviços de telecomunicações, informáticos e de informação", frisa o BdP.

Só as exportações e importações de viagens e turismo cresceram 382,1% e 139,6% em termos homólogos e respetivamente, "permitindo que o excedente desta rubrica aumentasse 943 milhões de euros", acrescenta o Banco de Portugal. As exportações e as importações superaram os valores de abril de 2019, respetivamente, em 13% e 7%.

Já o défice da balança de rendimento primário reduziu-se 212 milhões de euros relativamente a abril de 2021, devido ao aumento de dividendos do exterior. O excedente da balança de rendimento secundário desceu 145 milhões de euros, pela diminuição de fundos europeus atribuídos aos beneficiários finais.

O excedente da balança de capital subiu 38 milhões de euros, à boleia de ajudas ao investimento, descreve o BdP. 


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