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Investimento em tecnologia é imperativo

Crescimento do comércio digital e das plataformas de entrega aceleram transformação do setor. Investimento em tecnologia vai continuar a aumentar.

19 de Outubro de 2023 às 14:14
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O estudo "Commerce & Last Mile", que incidiu sobre as tendências na experiência de compra online e nas operações logísticas em Portugal, e que contou com a colaboração de 186 empresas, revela que 58% das empresas preveem aumentar o seu investimento em tecnologia este ano.

 

Os resultados deste estudo, desenvolvido pela Deloitte em colaboração com a (APLOG) Associação Portuguesa de Logística (APLOG), permitiram aos autores concluir que "o contínuo investimento em tecnologia é fundamental para levar os operadores de commerce para o próximo nível, tanto a nível logístico como de experiência de cliente". Esta conclusão é corroborada por Vítor Figueiredo, presidente da Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL). "Nos últimos anos a logística foi, provavelmente, dos setores que mais tecnologia incorporou nos seus processos. Simultaneamente, foi também dos setores que mais empregos criou. Não fosse a crise de talento que estamos a atravessar e provavelmente ainda se teriam criados mais empregos", conta.

 

Para este responsável estamos a entrar numa nova era em que "a tecnologia terá capacidade para desempenhar praticamente todas as tarefas mais rotineiras. Contudo, também é preciso dizer que empresas e trabalhadores não veem valor acrescentado em que tarefas rotineiras e repetitivas sejam efetuadas por humanos. Aliás, acreditamos que a crise de talento se agravará e por isso é inevitável fazer um caminho no sentido de maior automação".

 

Também para a APLOG, "a logística é cada vez mais tecnologia". "Isso verifica-se nos armazéns, na distribuição e em todos os processos em geral", refere Afonso Almeida, vice-presidente da Associação. Em linha com os resultados do estudo já referido, este responsável defende que "todas as entidades envolvidas na cadeia de abastecimento, quer sejam produtores, operadores logísticos, empresas de transporte dos mais variados tipos, têm que continuar a fazer investimentos muito significativos na transformação digital, de forma a poder ganhar eficiência nos seus processos e a dar uma resposta positiva ao mercado e aos seus clientes". Neste contexto, "a inteligência artificial será um tema cada vez mais relevante, que irá permitir avanços importantes em muitos processos das organizações".

 

Transformação digital em curso nos portos

Mais especificamente, e em matéria de digitalização, no setor dos portos salienta-se a implementação da JUL – Janela Única Logística, "um projeto transversal a todo o sistema portuário nacional, apoiado pelo COMPETE 2020, que implementou em todos os portos nacionais uma solução informática que permitiu integrar os meios de transportes terrestres e desenvolver ligações aos portos secos e as plataformas logísticas, numa lógica intermodal", explica João Pedro Neves, presidente da Associação dos Portos de Portugal. "Esta tecnologia permitiu assegurar uma maior fluidez da informação e aumentar a eficiência e competitividade dos portos portugueses e das respetivas cadeias logísticas".

 

Tecnologia é o principal investimento

Para os operadores do setor de transportes e logísticas, como a Garland, "a aposta na tecnologia tem sido, na última década, a principal vertente dos investimentos realizados", afirma Mark Dawson, presidente Executivo do Grupo. "Por essa razão, o seu impacto na atividade e no desenvolvimento dos negócios tem sido decisivo para a afirmação e para a liderança da Garland no mercado. Não só pelo aumento da produtividade nos processos e controlo mais eficiente, mas também pela transparência na comunicação com clientes e fornecedores, o que torna muito mais eficazes os fluxos físicos e informacionais em toda a cadeia de abastecimento que gerimos para os nossos clientes", explica e continua: "Este tem sido, portanto, um importante fator de diferenciação competitiva no mercado, razão por que continuaremos a apostar continuamente nesta vertente."

 

Também para José Ferreira, country manager da VGP em Portugal, o setor está "em franca transformação, em resultado da necessidade de automação e de operações robotizadas e isso traz naturalmente a necessidade de novas abordagens, mais tecnológicas, aos projetos". Por isso, informa, a VGP tem equipas "muito experientes e com fortes competências técnicas que trabalham em toda a europa com os clientes mais exigentes e que estão em constante aprendizagem".

 

Neste contexto, e regressando ao estudo "Commerce & Last Mile", as prioridades de inovação tecnológica apontadas pelas empresas inquiridas são: automatização de processos; visibilidade em real-time e tracking de encomendas; personalização da jornada do cliente; e sistemas avançados de gestão de frotas.

 

Para Filipe Melo de Sampaio, partner consulting customer & marketing da Deloitte, citado no referido estudo os operadores logísticos enfrentam um desafio importante. "Os consumidores esperam um nível muito alto de comodidade e serviço, com entregas cada vez mais rápidas, acessíveis e previsíveis, assim como devoluções simples e gratuitas. A gestão destas expectativas, a conciliação com as necessidades do negócio e o potencial que o canal digital pode ter no futuro, obriga os operadores a repensar a sua estratégia a médio e longo prazo."

"Nos últimos anos a logística foi, provavelmente, dos setores que mais tecnologia incorporou nos seus processos." Vítor Figueiredo, presidente da Associação Portuguesa de Operadores Logísticos
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