Os profissionais da área contabilística têm cada vez mais importância para o tecido empresarial português. O contabilista tem de assumir, de vez, o papel de consultor e de organizador de informação útil para o suporte à decisão, explica Patrícia Dourado, diretora-geral e contabilista certificada e consultora gestão e negócios da Douradotoc, que fala ainda da sua empresa, faz o retrato das organizações nacionais e aponta os desafios do setor.
Numa altura de grande incerteza económica em Portugal, que resulta dos efeitos da pandemia, qual a importância para as PME de serviços de qualidade de contabilidade?
Portugal é um país com um elevado número de micro e pequenas empresas e os contabilistas são, em muitos casos, o único aconselhamento para os empresários. A contabilidade está na base dos negócios, dos Estados e dos impérios, contudo, se mal praticada, tem o contributo para a destruição. "É mais importante adotar a estratégia correta do que a procura pelo lucro imediato", já dizia Kotler (2000). Muitos são os desafios dos empresários. Listo alguns: a globalização; o envelhecimento da população; a competição e competitividade; o excesso de Estado; inquestionável necessidade de harmonizar as contas públicas; a incapacidade de produzir mais bem-estar; a esfera da vida humana e o princípio dos custos e benefícios; o terreno da economia europeia e a incerteza do seu futuro.
Ora, com tanta incerteza, torna-se fundamental para a sobrevivência das PME, um eficaz e eficiente poder de adaptação, que apenas é possível com informação de qualidade e tempestiva. Quem produz essa informação são os serviços de contabilidade.
O contabilista…
… o contabilista tem de assumir, de uma vez por todas, o papel de consultor e de organizador de informação útil para o suporte à decisão. Esta informação deve ser ágil, completa e compreensível. A contabilidade deixou de ser um sistema numérico de classificação da informação dentro de um código de contas. Hoje, assenta em dois paradigmas que se complementam: a base económica das operações e a utilidade da informação, o que permite um conjunto significativo de opções quando se fazem juízos de valor sobre o reconhecimento das operações na contabilidade.
Isso implica que o contabilista tenha conhecimento do negócio em questão e tempo para pensar qual o melhor enquadramento contabilístico e junto do gerente planearem, traçarem as metas e estratégias para a empresa "superviver".
Que desafios enfrenta a Douradotoc?
O nosso desafio principal e diário passa por tornar os nossos serviços atraentes, apostando diariamente na diferenciação. Na Douradotoc vemos a contabilidade como uma ciência unida à gestão e o que nos faz felizes é sermos o braço-direito dos nossos clientes, o apoio na sua sustentabilidade e crescimento. Um outro desafio é a digitalização e automação de processos contabilísticos e fiscais. Estes traduzem-se num conjunto de benefícios, acelerando a produtividade e libertando tempo para o apoio à gestão.
Quais os pontos fortes da companhia?
A missão da Douradotoc é mesmo ser o braço-direito dos empresários na tomada de decisão e no apoio à gestão. A nossa visão é dar, diariamente, aos clientes conforto, segurança, confiança. A marca Douradotoc pretende deixar claro ao mercado qual o papel que a contabilidade pode aportar. Estamos no mercado há nove anos para assumir a mudança de paradigma. Estamos presentes nas atividades de valor acrescentado da vida das empresas e dos empresários e vamos ao encontro da preocupação das empresas independentemente da dimensão nas áreas financeiras, na qualidade da gestão das empresas e nas áreas sociais.
Assumimos o papel de consultores, de organizadores de informação útil para o suporte à decisão. A Douradotoc já nasceu sabendo que a contabilidade não era apenas um sistema numérico de classificação da informação dentro de um código de contas.
Que oportunidades há no mercado?
Desde logo, uma necessidade de os empresários serem gestores efetivos. O mercado é dinâmico, exige visão e uma adaptação rápida a diferentes contextos. Os profissionais da área contabilística e fiscal têm de se adaptar e perceber que têm de ser libertados para atividades de valor acrescentado. É vital as empresas compreenderem e estarem a par dos requisitos de prestação de informação por parte das autoridades fiscais em cada uma das jurisdições em que operam, ter as ferramentas digitais adequadas. A coordenação entre os departamentos fiscal, financeiro e informático é crucial. Estes aspetos são, infelizmente, pouco habituais nas culturas das empresas, e difíceis de implementar tendo em conta o contexto da nossa cultura. Este é um ponto-chave a desenvolver em cada empresa e para a Douradotoc é determinante formar os empresários neste sentido. É a missão da Douradotoc: capacitar os empresários da visão necessária para tornar as suas empresas sustentáveis.
Que serviços comercializam além dos de contabilidade geral e analítica?
A Douradotoc utiliza a contabilidade como instrumento de gestão, permitindo estabelecer a ligação entre as diversas áreas das empresas, atuando como ferramenta de gestão empresarial. Prestamos um serviço único e integrado, desde o apoio à constituição da sociedade; passando pela formação do gerente(s) e/ou administrativo(s) para nos dar o apoio e suporte necessários para as boas práticas contabilísticas e juntos construirmos o que é a imagem verdadeira e apropriada das peças contabilísticas; ao apoio ao recrutamento de recursos humanos e pedidos de incentivos/ subsídios à contratação, bem como reuniões obrigatórias de discussão da evolução das contas da empresa, preparação do fecho das contas e análise e discussão das estratégias futuras da empresa.
Também temos formação em inteligência emocional e aplicamos nas reuniões com os nossos clientes, pois consideramos fulcral que os nossos empresários saibam liderar e lidar com as emoções diárias vividas.