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Crescimento do mercado acelera à boleia da pressão económica e legislativa

Mudanças legislativas, fiscais e sociais impulsionam marcas a aumentar oferta. Vantagens económicas são claras, afirma associação de utilizadores.

28 de Fevereiro de 2023 às 13:42
Henrique Sánchez, presidente do Conselho Diretivo da UVE
Henrique Sánchez, presidente do Conselho Diretivo da UVE
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Desde o seu aparecimento no mercado português em 2011, que o aumento nas vendas de veículos 100% elétricos (BEV) e híbridos plug-in (PHEV) tem sido significativo, atingindo taxas de crescimento superiores a 100%. A exceção verificou-se em 2012, quando o Governo da altura procedeu à suspensão dos incentivos à aquisição de veículos elétricos, que foram repostos em 2015.

O crescimento nos BEV tornou-se exponencial a partir de 2020, "muito devido ao aumento da oferta, com mais modelos, mais económicos, com mais autonomia e com capacidade de carregamento cada vez mais rápido", afirma Henrique Sánchez, presidente do Conselho Diretivo da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos. Também decisivo para o desenvolvimento do mercado "foi o crescimento da rede nacional de carregamento, incluindo do conjunto da rede pública de carregamento – sob gestão da MOBI.E – e que é universal e aberta a qualquer possuidor de um cartão CEME (Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica) e das diversas Redes Privadas, quer sejam exclusivas a marcas de automóveis, a frotas empresariais, de TVDE’s ou de táxis", observa o responsável.

Veículos elétricos ganham rapidamente quota de mercado

De acordo com a UVE, em 2022 a variação homóloga das vendas de veículos BEV registou um crescimento de 33,3%, sendo que a variação homóloga mensal foi positiva em onze dos doze meses do ano. A quota anual de mercado atingiu os 11,4%. Ou seja, um pouco mais de um em cada dez ligeiros de passageiros vendidos em Portugal durante o ano de 2022 foi um veículo 100% elétrico. Já em dezembro a quota de mercado cifrou-se nos 14,3%. Ou seja, um em cada sete ligeiros de passageiros vendidos neste mês foi um veículo novo 100% elétrico. Em janeiro, a quota mensal e anual atingiu os 15,5%, impulsionada por um crescimento homólogo das vendas de ligeiros de passageiros muito robusto de 135,4%.

Para Henrique Sánchez, este mercado está impulsionado "por uma cada vez maior consciência por parte dos governos nacionais, e das cidades, da necessidade absoluta de implementarem regulamentos que facilitem a adoção dos veículos elétricos, seja criando zonas de exclusão para veículos com motores de combustão interna (a gasolina ou a gasóleo), seja apoiando a discriminação positiva no estacionamento em espaços públicos (já existente em vários municípios em todo o país)". Da parte dos governos, aponta a "criação de incentivos fiscais e eliminação de impostos". "Recorde-se que em Portugal os veículos elétricos usufruem de isenção do IUC e do ISV e, no caso das empresas, da recuperação do IVA e da isenção da tributação autónoma em sede de IRC". Na sua perspetiva, "os decisores políticos encontram-se muito pressionados pela urgente necessidade de combate às alterações climáticas assim como pela legislação, recentemente aprovada pelo Parlamento Europeu, da proibição da venda de ligeiros de passageiros e de mercadorias a partir de 2035 em todo o espaço comunitário".

"Em qualquer país a diferença entre o custo total de utilização de um veículo elétrico e de um veículo movido com motores de combustão interna é muito grande" Henrique Sánchez, presidente do Conselho Diretivo da UVE

Desafios para os fabricantes

Neste contexto, afirma o presidente da UVE, "os desafios são principalmente das marcas fabricantes, que face à crescente pressão do lado da procura, terão de possuir uma oferta equivalente". No entanto, nota que "muitas marcas já definiram prazos para deixarem de fabricar veículos com motores a combustíveis fósseis, casos da Volvo, da MG e da Hyundai, entre outras. E algumas já só fabricam, ou sempre fabricaram, veículos 100% elétricos, caso da Tesla, Polestar, Smart, entre outras". Em qualquer caso, "todas estão já a implementar transformações nas suas fábricas e nas respetivas linhas de montagem, preparando um futuro que cada vez se nos apresenta como presente".

Do ponto de vista do utilizador, "em qualquer país a diferença entre o custo total de utilização de um veículo elétrico e de um veículo movido com motores de combustão interna, sejam a gasolina ou a gasóleo, é muito grande", afirma o presidente da UVE. "O custo total de utilização é muito inferior quando se trata de um veículo elétrico", sublinha, dando vários exemplos das vantagens dos veículos elétricos: "Um veículo elétrico tem no seu motor 1% das peças móveis de um motor térmico, não existindo fricção entre peças, não necessitando de óleos ou sistemas de arrefecimento, não possuindo filtros, velas, carburadores, injetores, etc." Em segundo lugar, "a manutenção é muito simples, normalmente, filtro do ar condicionado, escovas limpa-para-brisas e pouco mais. Pneus, amortecedores, travões, são comuns a ambas as motorizações. Devido à travagem regenerativa e ao menor desgaste dos discos de travão, estes duram muito mais tempo", sublinha.

Vantagens para os utilizadores

A utilização do veiculo elétrico tem outras vantagens: "Não existe o custo pós-venda em peças de substituição pela simplicidade do motor elétrico", nota Henrique Sánchez. Por outro lado, nota, "o custo da eletricidade, do kWh, é menor do que o custo do litro da gasolina e do gasóleo, além de que sendo mais eficiente, o veículo elétrico consome menos energia para percorrer a mesma distância". "E, devido à travagem regenerativa, podemos produzir eletricidade no próprio veículo. É comum, em meio urbano, produzir-se cerca de 20% da eletricidade necessária, no próprio carro, de uma forma gratuita e sem emissões de gases de efeito de estufa", explica.

De registar que o veículo 100% elétrico é o único que se pode "abastecer nas próprias casas, a preços imbatíveis", recorda o responsável da associação. E deixa alguns conselhos aos utilizadores: "O veículo deve ser carregado sempre que estamos a realizar qualquer outra atividade, quando vamos a um centro comercial, a uma grande superfície, a um restaurante, a um cinema, a um concerto, à praia, ou quando, nos casos em que tal é possível, estamos simplesmente a dormir". Em viagem deve ser utilizada a Rede Pública de Carregamento", informa.

Utilizadores de veículos elétricos reúnem-se em junho
Foi em 2011 que foram vendidos em Portugal os primeiros veículos 100% elétricos. Os primeiros postos de carregamento públicos tinham sido instalados no ano anterior. Desde então, e com a exceção de 2012, a venda deste tipo de veículos não parou de crescer. Em 2015 é fundada a UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, uma entidade sem fins lucrativos e que tem como missão promover junto de entidades públicas e privadas o desenvolvimento da Mobilidade Elétrica.

Esta associação defende a rápida adoção dos veículos elétricos, "privilegiando os 100% elétricos a partir do momento em que já oferecem autonomias perfeitamente ajustadas às necessidades dos portugueses" afirma Henrique Sanchez, presidente do Conselho Diretivo da UVE, recordando que a autonomia média dos modelos 100% elétricos comercializados em Portugal é de 400 km. Para este responsável, "em alguns casos a utilização de um veículo híbrido plug-in ainda se pode justificar". "E temos conhecimento de muitos casos, mesmo muitos, em que estes híbridos serviram de porta de entrada para a mobilidade 100% elétrica a muitos dos atuais utilizadores".

Manual publicado

A UVE promove diversas ações de formação junto de entidades públicas e privadas, divulga conteúdos didáticos e participa em eventos sobre o tema. "Recentemente lançámos o Manual da Mobilidade Elétrica, que pode ser descarregado do nosso portal. Marcamos presença em conferências, debates e mesas redondas, nas quais procuramos desmistificar alguns mitos que ainda persistem. E organizamos aquele que é o maior evento dedicado à mobilidade elétrica em Portugal, o ENVE – Encontro Nacional de Veículos Elétricos", informa.

Neste encontro, que este ano se realiza em Évora a 3 e 4 de junho, será apresentado, num mesmo espaço, "a oferta de veículos, de duas e de quatro rodas, ligeiros e pesados, de passageiros e de mercadorias, bem como de barcos elétricos". "Contamos com fabricantes, comercializadores e instaladores de carregadores e de sistemas de carregamento domésticos, em condomínio ou para empresas. Temos igualmente um conjunto de atividades para toda a família, com karts elétricos, bumper cars, kid karts, e a possibilidade de se realizarem test drives da grande maioria dos modelos à venda em Portugal", afirma o responsável da Associação.

Na opinião de Henrique Sanchez, "os veículos elétricos vão triunfar porque são melhores, muito melhores, que os equivalentes com motores de combustão interna, são mais eficientes – necessitam de menos energia para percorrer a mesma distância –, mais económicos no custo total de utilização, não emitem gases com efeito de estufa (GEE) e têm um desempenho superior aos equivalentes com motores térmicos". Mas, ainda mais importante, "são uma peça fundamental no combate às alterações climáticas", conclui.

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