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É urgente acelerar a penetração das renováveis

O ritmo em que são adotadas as energias hidroelétrica, eólica e solar tem de aumentar na Europa e no mundo. Só assim se mitigam os efeitos das alterações climáticas, alertaram especialistas do setor das renováveis

18 de Março de 2024 às 11:22
O painel “Como acelerar a transição energética” contou com a presença de Duarte Bello, CEO da EDP Renováveis Europa & América Latina, Giles Dickson, CEO da Wind Europe e de Kristian Ruby, Secretário-Geral da Eurelectric (remotamente)
O painel “Como acelerar a transição energética” contou com a presença de Duarte Bello, CEO da EDP Renováveis Europa & América Latina, Giles Dickson, CEO da Wind Europe e de Kristian Ruby, Secretário-Geral da Eurelectric (remotamente)
Para cumprir os objetivos climáticos, é preciso reforçar a velocidade da mudança e triplicar a capacidade das energias renováveis até 2030. Compromisso assumido durante a COP28, no passado mês de dezembro no Dubai, e sublinhado em análises recentes da Agência Internacional da Energia (AIE) e da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), como se lembrou no primeiro painel de debate no EDP Business Summit com o tema "Como acelerar a transição energética". Apesar do impulso global em direção às energias renováveis, liderado pelas tecnologias solar e eólica, existem barreiras críticas que impedem a sua execução generalizada. A necessidade de modernizar as redes, tornando o sistema mais flexível, a demora na atribuição de licenças ou o desenvolvimento dos sistemas que permitirão massificar o autoconsumo são alguns dos obstáculos identificados pelos participantes do debate.
Numa Europa em que 19% do consumo elétrico provém de fontes eólicas, Giles Dickson alerta para a necessidade de apostar mais nos parques eólicos. O CEO da Wind Europe, associação europeia para a energia eólica, revela que a meta anual de investimento do setor passa por incrementar 29 GW nestas áreas de produção, entre este ano e 2030, para dar resposta às necessidades crescentes do continente europeu. Mas o responsável está ciente da dificuldade no licenciamento destes locais, o que pode comprometer não só os objetivos do setor, mas também as metas da União Europeia para as renováveis. "Tem de haver um foco na eletrificação a nível geopolítico", reforça Kristian Ruby, que participou de forma remota no EDP Business Summit. Para o secretário-geral da Eurelectric, federação para a indústria europeia da eletricidade, a Europa ainda não está no bom caminho para cumprir as metas de descarbonização até 2050. "É preciso acelerar", diz. Ruby acredita que é necessário desenvolver tecnologias de estabilização das redes, promover a inovação no setor, e direcionar o investimento para soluções que possam dar resposta à vertente da oferta, mas também da procura.
Modernizar e flexibilizar o sistema elétrico e a rede para democratizar o acesso a energia mais barata para particulares e empresas é, para Duarte Bello, igualmente prioritário. "É preciso ajudar os clientes a ter acesso ao autoconsumo e a tirar o máximo partido desta solução", disse o administrador da EDP Renováveis para a Europa & América Latina.

Duarte Bello, CEO da EDP Renováveis para a Europa & América Latina




Tecnologias que modelam o setor
O setor das energias renováveis encontra-se num momento crítico, em que a inovação será fundamental para alcançar os objetivos de descarbonização do mundo. Enfrentando questões globais como as alterações climáticas e a diminuição dos recursos naturais, este setor surge como um farol de esperança, oferecendo soluções tangíveis e uma miríade de avanços tecnológicos, juntamente com perspetivas de investimento crescentes. Desde soluções híbridas inovadoras que combinam a energia solar, a energia eólica e o armazenamento, maximizando a produção renovável e ultrapassando os desafios do licenciamento tardio, até aplicações pioneiras, como a integração de painéis solares em paisagens agrícolas ou a sua implantação em massas de água, as tecnologias emergentes estão a moldar o caminho a seguir para dar resposta aos imperativos ambientais e energéticos mais prementes do mundo.
Bruce Douglas não tem dúvidas de que a indústria das renováveis está preparada para enfrentar e dar resposta a estes desafios. No debate em que o tema foi o papel das tecnologias no setor das renováveis, o CEO da Global Renewables Alliance (GRA), que reúne os maiores players da indústria, recorda que será necessário construir diariamente 3 GW de capacidade produtiva em solo europeu até 2030. Um desafio difícil, mas que "está a acontecer", diz, reconhecendo que os diferentes governos estão a fazer o seu papel.
Outro obstáculo que é preciso ultrapassar é o do armazenamento. "Não podemos triplicar a capacidade instalada sem armazenamento", sublinha o responsável da GRA. A tendência, acrescenta David Post, passa pelo progressivo aumento da eficiência e da durabilidade das baterias, e pelo decréscimo do seu preço. Na opinião do CEO da European Association for Storage of Energy (EASE), este passo trará acrescidos e "significativos benefícios sociais e económicos, tais como o acesso global a locais que hoje não têm ainda energia, empregos diretos, entre outros".

Pedro Vinagre, Diretor Executivo da EDP Renováveis para a Europa Central & Norte


Por outro lado, a partilha de uma mesma rede pelas energias solar e eólica pode, na perspetiva de Pedro Vinagre, trazer um conjunto de economias de escala importantes. O diretor executivo da EDP Renováveis para a Europa Central e Norte lembra que tendencialmente haverá energia eólica quando não há solar e o seu contrário e, por isso, defende que "a intermitência na mesma rede pode reforçar a sua estabilidade".
Os primeiros projetos híbridos com estas características já estão em operação em Portugal, Espanha e Polónia e a EDP pretende replicá-los noutros países. Pedro Vinagre acredita que a massificação do solar, que é, atualmente, a energia que mais cresce no mundo, a par com os apoios do programa RepowerEU, contribuirá para um avanço significativo do setor energético na Europa.