A definição de políticas destinadas a reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa na UE, até 2030, poderá conduzir a um aumento no número total de postos de trabalho na Europa comunitária. Assegura-se, desta forma, um aumento líquido de até 884 mil postos de trabalho até 2030.
Os dados são do documento "Future of Jobs is Green", desenvolvido pela Comissão Europeia, e que vem reforçar não só a estratégia comunitária neste campo, como também a importância da adoção de medidas relativas a um mercado de emprego "mais verde".
O conceito associado aos denominados "green jobs" (ou empregos verdes, na tradução literal) diz respeito a empregos que possam, de alguma forma, contribuir para preservar e melhorar o meio ambiente, ou os que visam minimizar o impacto sobre a saúde do planeta, seja em setores mais tradicionais como a indústria transformadora e a construção, como em novos setores emergentes (e já muito mais verdes na origem), como as energias renováveis e a eficiência energética.
Os empregos verdes são também uma realidade da economia circular, permitindo ampliar o ciclo de vida dos produtos, promovendo a renovação, a reutilização, a reparação, o reaproveitamento ou a reciclagem e aumentando a produção e o consumo sustentável.
No mercado empresarial, os empregos verdes são o garante para a produção de bens e serviços que beneficiam o meio ambiente, com edifícios ou meios de transporte ainda mais amigos do ambiente. Mas, para serem verdadeiramente verdes, este tipo de produtos deverão basear-se igualmente em processos e tecnologias de produção verdes. São vários os especialistas que defendem que as pequenas empresas e os trabalhadores por conta própria fazem já parte integrante desta nova economia verde.
Comunidades mais verdes
No mesmo sentido, a existência de verdadeiras e dinâmicas comunidades "green" tornará agora, e no futuro, ainda mais fácil a atração de empresas e trabalhadores que partilhem os mesmos pontos de vista, os mesmos anseios e caminhem juntos rumo a um futuro mais verde. Desta forma, torna-se possível responder às atuais preocupações com a sustentabilidade, preservando e recuperando a qualidade ambiental.
Na realidade, o conceito "verde" pode e deve englobar praticamente todos os setores da sociedade nos dias que correm: desde a alimentação à energia, transportes, educação ou administração pública, entre tantos outros. E, embora as temáticas relacionadas com a sustentabilidade sejam complexas e se encontrem sempre em constante mudança, a verdade é que a tecnologia veio dar aqui uma ajuda fundamental a todos os que procuram trilhar o caminho certo, rumo aos denominados "green jobs". E não há como analisar a pegada ambiental, por exemplo, para se perceber o quão verde conseguimos afinal ser no nosso posto de trabalho.
Diz a Comissão Europeia que a transição em curso, rumo a um mercado de emprego mais verde, será responsável pelo crescimento do emprego em todas as competências e categorias, mas deverá apostar-se também numa espécie de reskilling que permita aos trabalhadores mais tradicionais adquirirem novas competências para desempenharem funções nestes novos setores de base sustentável, ou nos que estão em mudança.
Alguns dos drivers que podem conduzir a esta mudança são uma eletricidade mais verde e a redução das emissões de gases nocivos para o ambiente, bem como uma maior eficiência e eficácia dos recursos utilizados. E, porque é urgente lutar por um planeta mais saudável e resiliente, ganha maior relevo a proteção dos atuais ecossistemas naturais, reduzindo-se os efeitos negativos da degradação ambiental, tanto para a natureza como para os seres humanos.
O papel da transformação digital
Do ponto de vista mais tecnológico, a transição digital e os avanços neste campo ajudam a aumentar os requisitos em termos de know-how profissional e de uma maior formação especializada, exigindo mais hard skills mas, acima de tudo, soft skills. A Comissão Europeia defende a necessidade da formação contínua e da criação de programas dedicados à reconversão profissional em diversos domínios.
O objetivo é garantir o sucesso da migração profissional para áreas mais verdes, entre as atividades económicas de elevada emissão de gases com efeito de estufa e, ao mesmo tempo, suportar também os setores mais verdes, agora em crescimento.
A transformação digital e as diferentes tecnologias associadas, como a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) ou a Inteligência Artificial (IA) vão acabar por se assumir como um driver essencial para esta mudança rumo ao mercado de emprego mais verde.
Tornar os processos mais inteligentes permite uma utilização de recursos mais eficiente, garante um melhor balanceamento da procura e ajuda ainda a fornecer dados mais precisos relativamente ao impacto ambiental e aos recursos utilizados. No final, os trabalhadores asseguram a possibilidade de tomar decisões mais verdes e amigas do ambiente.
Na realidade, a revolução industrial que está a ocorrer, impulsionada por tecnologias como o 5G, IA, IoT e Big Data, tem tornado o conceito de sustentabilidade num elemento ainda mais crítico para a indústria e para um mercado de emprego verde.
A prová-lo está o leque de tecnologias disponíveis, por exemplo, na Indústria 4.0 para ajudar as empresas a transformarem-se em negócios de sucesso amigos do ambiente, seja qual for o setor de atividade em que operam.
A IoT garante, por exemplo, uma gestão das redes de transportes e de logística muito mais eficiente ou um melhor controlo de colheitas e regas na agricultura, com impactos bastante positivos ao nível da eficiência energética e dos recursos hídricos, por exemplo. Por outro lado, a Inteligência Artificial vem permitir antecipar necessidades, diminuir a mão de obra em atividades repetitivas e ainda gerir recursos de forma mais eficaz.
Contas feitas, acaba por ser inegável o valor acrescentado na combinação entre transformação digital e sustentabilidade. Cabe agora a cada empresa e a cada trabalhador começar a fazer a diferença na sua comunidade.
Assim, a atribuição do prémio MEO representa a melhor solução tecnológica de Monitorização Ambiental da Altice Empresas, que permite uma contínua medição da qualidade do ar e do nível de ruído, possibilitando alertas em tempo real e contribuindo para a sustentabilidade ambiental das comunidades.