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E se a guerra cá chegar?

Portugal não tem abrigos para civis e a solução é colocar as pessoas em garagens, túneis e grutas. Um empresário de Guimarães quer construir abrigos comunitários e aguarda pelos apoios das autarquias e de entidades privadas. Os próprios militares só possuem duas ou três salas estanques às radiações nucleares e reclamam a reativação imediata de uma cadeia de comando para fazer face a uma emergência
José Bento Amaro 18 de Janeiro de 2025 às 11:00

E se a guerra extravasar as fronteiras da Rússia e da Ucrânia e correr rumo ao Ocidente? Estará Portugal seguro? O que se oferece em termos de segurança aos cidadãos? Como nos estamos a preparar para uma hipotética escalada de um conflito que se pode tornar mundial e recorrer a armas biológicas, químicas e até nucleares? Fomos indagar sobre um cenário que, apesar de preocupar, parece ainda impossível. As conclusões dão a entender que, em caso extremo, as soluções são bem poucas. As entidades oficiais preferem não se alongar sobre "situações hipotéticas". Mas, entre os civis, há quem, como acontece noutros países, se vá precavendo. O mercado da construção de abrigos, por exemplo, mesmo sem grande dimensão, está mais ativo do que nunca.

O Negócios quis saber junto da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil que medidas poderiam ser adotadas de imediato em caso de urgência. Foi colocado um conjunto de questões relativas a abrigos, ações de prevenção e de formação dos corpos de bombeiros. A resposta, para todas as perguntas, foi "Terá de perguntar aos militares". E assim foi. Depois de um funcionário do Ministério da Defesa ter deixado no ar que "muito dificilmente" seria dada qualquer resposta conclusiva, resolvemos ir às bases. Descobrimos, por exemplo, que há corporações de bombeiros que já receberam esporádicas formações para lidarem com radiações, químicos e armas biológicas, enquanto para outros (a maioria) tudo não passa de "conversa" e de "uma utopia".

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