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Mineradora Nyrstar afunda mais de 37%. Analistas recomendam “abandonar o barco”
A mineradora belga está a ser fortemente penalizada em bolsa devido aos receios dos investidores de que não seja capaz de refinanciar 340 milhões de euros em dívida que vence no próximo ano.
A multinacional belga Nyrstar, que actua na área da mineração e fundição de zinco e chumbo, está a afundar na bolsa de Bruxelas, devido aos receios de que a empresa não tenha capacidade de refinanciar obrigações que vencem no próximo ano.
Os títulos afundam 37,18% para 78,9 cêntimos, elevando para mais de 51% a queda acumulada nas últimas cinco sessões.
"Abandonem o barco" é o conselho que os analistas do ABN Amro Group estão a dar aos investidores da mineradora, que é a maior empresa europeia de fundição de zinco. Philip Ngotho, analista do banco holandês, acredita que a empresa está inevitavelmente a caminho de uma reestruturação de dívida e que as acções vão valer praticamente nada, o que se traduzirá num grande golpe para o Trafigura Group, o maior accionista da mineradora.
A expectativa pessimista dos analistas está reflectida no preço-alvo que atribuem às acções da companhia belga, de apenas 1 cêntimo.
Com 340 milhões de euros de dívida que vence em Setembro do próximo ano, a atenção dos investidores está agora voltada para a possibilidade de a Trafigura ajudar a refinanciar a empresa, de acordo com a Bloomberg.
"O cenário mais provável é uma troca de dívida por acções, possivelmente em combinação com uma colocação privada de acções para a Trafigura", afirmou Ngotho, numa nota citada pela agência noticiosa. "Acreditamos que a Trafigura tentará manter uma participação de 20% na Nyrstar".
A empresa anunciou recentemente que as suas receitas cresceram 11% para 2.932 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, ao passo que o EBITDA caiu 17% para 134 milhões de euros. Já a dívida situava-se em 1.137 milhões de euros a 30 de Setembro.
Na apresentação de resultados do terceiro trimestre, a Nyrstar justifica o fraco desempenho da actividade de produção de zinco com a escalada das tensões entre os Estados Unidos e outros parceiros comerciais, com destaque para a China, que levou a um sell-off nos metais no terceiro trimestre.