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O debate à volta dos temas da sustentabilidade é normalmente inclinado. Quando verificamos a atenção que é dada aos vários tópicos, há uns que parecem mais relevantes do que outros. Com a noção de emergência climática, que todos nós já sentimos no dia a dia com os fenómenos climáticos extremos cada vez mais frequentes, a agenda ambiental acaba por se sobrepor às outras. Nada contra.
Ainda assim, convém não esquecer que o conceito de sustentabilidade é mais holístico. Na sua conceptualização ESG, tem três pilares: ambiental, social e governança. E as boas práticas de um lado, não justificam as más, seja por ação ou omissão, no outro lado. Ou seja, o facto de uma empresa executar um plano estratégico consistente de descarbonização da sua atividade, não é um salvo conduto para ter más políticas de capital humano ou não cumprir a lei e faltar a um comportamento ético.
O pilar social deve merecer particular atenção nas empresas, seja nas temáticas habituais como o equilíbrio de género ou as políticas de equidade na remuneração, mas também num assunto mais lateral e não menos relevante: a saúde mental dos colaboradores. Durante a pandemia e com a prática generalizada do teletrabalho, o assunto entrou na agenda das administrações das empresas. Porém, com a nova normalidade, perdeu preponderância.
Convém não ser esquecido, até porque os resultados são preocupantes. Segundo um inquérito, 92% dos inquiridos acredita que, no seu setor de atividade, é necessário mais apoio à saúde mental no local de trabalho. Esta falta de apoio tem custos na produção. Dados da Organização Mundial de Saúde revelam que 12 dias de trabalho são perdidos por ano apenas por questões relacionadas com ansiedade e depressão.
Um estudo da consultora BCG, produzido exclusivamente para os membros da MindAlliance Portugal/MindForward Alliance, mostra dados adicionais para vários países: Portugal, Espanha, Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Noruega, Estados Unidos e Canadá. Nestes países, os problemas de saúde mental têm um elevado custo económico: entre 3% e 5% do PIB.
Portugal não fica bem na fotografia, uma vez que estamos acima da média na percentagem da população com problemas de saúde mental identificados por ano (27% contra uma média de 24%). E o custo para a economia nacional desta pobre saúde mental é de 3% do PIB. Além disto, estamos no top 3 dos países europeus com maior prevalência de depressão.
Perante estes dados, devemos sublinhar que este é um problema de todos, nomeadamente do Estado e das organizações. No mesmo estudo, a BCG sugere exatamente que as empresas procurem atuar em complemento das políticas públicas existentes, nomeadamente as que são desenvolvidas pelos sistemas de saúde.
Ainda assim, podem ir mais longe. Desde logo, devem atuar por forma a reduzir a carga negativa à volta deste assunto. Ou seja, não deve ser um estigma para um colaborador assumir que tem questões de saúde mental. O exemplo do banqueiro António Horta Osório é revelador como estes problemas também atingem o topo das organizações. A isto deve somar-se que as empresas devem potenciar o acesso a cuidados de saúde mental. Por fim, e talvez mais importante, a gestão deve preocupar-se com a cultura organizacional, para evitar que seja tóxica. Como em todos os temas de saúde, a prevenção é o melhor caminho. Nas empresas, esta também é a prática mais sustentável.
Ainda assim, convém não esquecer que o conceito de sustentabilidade é mais holístico. Na sua conceptualização ESG, tem três pilares: ambiental, social e governança. E as boas práticas de um lado, não justificam as más, seja por ação ou omissão, no outro lado. Ou seja, o facto de uma empresa executar um plano estratégico consistente de descarbonização da sua atividade, não é um salvo conduto para ter más políticas de capital humano ou não cumprir a lei e faltar a um comportamento ético.
O pilar social deve merecer particular atenção nas empresas, seja nas temáticas habituais como o equilíbrio de género ou as políticas de equidade na remuneração, mas também num assunto mais lateral e não menos relevante: a saúde mental dos colaboradores. Durante a pandemia e com a prática generalizada do teletrabalho, o assunto entrou na agenda das administrações das empresas. Porém, com a nova normalidade, perdeu preponderância.
Convém não ser esquecido, até porque os resultados são preocupantes. Segundo um inquérito, 92% dos inquiridos acredita que, no seu setor de atividade, é necessário mais apoio à saúde mental no local de trabalho. Esta falta de apoio tem custos na produção. Dados da Organização Mundial de Saúde revelam que 12 dias de trabalho são perdidos por ano apenas por questões relacionadas com ansiedade e depressão.
Um estudo da consultora BCG, produzido exclusivamente para os membros da MindAlliance Portugal/MindForward Alliance, mostra dados adicionais para vários países: Portugal, Espanha, Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Noruega, Estados Unidos e Canadá. Nestes países, os problemas de saúde mental têm um elevado custo económico: entre 3% e 5% do PIB.
Portugal não fica bem na fotografia, uma vez que estamos acima da média na percentagem da população com problemas de saúde mental identificados por ano (27% contra uma média de 24%). E o custo para a economia nacional desta pobre saúde mental é de 3% do PIB. Além disto, estamos no top 3 dos países europeus com maior prevalência de depressão.
Perante estes dados, devemos sublinhar que este é um problema de todos, nomeadamente do Estado e das organizações. No mesmo estudo, a BCG sugere exatamente que as empresas procurem atuar em complemento das políticas públicas existentes, nomeadamente as que são desenvolvidas pelos sistemas de saúde.
Ainda assim, podem ir mais longe. Desde logo, devem atuar por forma a reduzir a carga negativa à volta deste assunto. Ou seja, não deve ser um estigma para um colaborador assumir que tem questões de saúde mental. O exemplo do banqueiro António Horta Osório é revelador como estes problemas também atingem o topo das organizações. A isto deve somar-se que as empresas devem potenciar o acesso a cuidados de saúde mental. Por fim, e talvez mais importante, a gestão deve preocupar-se com a cultura organizacional, para evitar que seja tóxica. Como em todos os temas de saúde, a prevenção é o melhor caminho. Nas empresas, esta também é a prática mais sustentável.
Ciências e factos União Europeia IA União Europeia (UE) foi obrigada a divulgar uma clarificação na aplicação do Sustainable Finance Disclosure Regulation. No final do ano passado, cerca de 300 fundos de investimento diminuíram a sua classificação "verde", descendo do Artigo 9 para o Artigo 8. A justificação foram as falhas na regulamentação comunitária. Com esta clarificação, a UE pensava resolver a questão, mas os resultados estão a ser desanimadores: são poucos os fundos de investimento que estão a melhorar a sua classificação.
União Europeia IIA União Europeia pretende reforçar as restrições às emissões de metano que são aplicadas ao setor energético e aos importadores de petróleo e gás. Esta medida é vista como essencial para a União Europeia conseguir atingir a meta de redução das emissões de metano em 30% até 2030. Porém, falta aprovar regulamentação adicional para garantir a execução do reforço das restrições.
União Europeia IIA União Europeia pretende reforçar as restrições às emissões de metano que são aplicadas ao setor energético e aos importadores de petróleo e gás. Esta medida é vista como essencial para a União Europeia conseguir atingir a meta de redução das emissões de metano em 30% até 2030. Porém, falta aprovar regulamentação adicional para garantir a execução do reforço das restrições.