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Criou o conceito de tripé da sustentabilidade há quase 30 anos, em 1994, trazendo para as empresas a responsabilidade ambiental e social, para além da económica. Feito que lhe valeu o cognome de Padrinho da Sustentabilidade. John Elkington é uma autoridade mundial em responsabilidade corporativa e capitalismo sustentável.
É também chamado de Embaixador do Futuro, por representar o interesse dos jovens na economia atual. Um interesse que começou aos 12 anos, quando angariou dinheiro para uma associação ambientalista que emergia na altura, a World Wildlife Fund (WWF). Cimentou esses interesses pouco depois, no início da década de 1970, aquando do lançamento de grupos como Friends of the Earth e Greenpeace, que o levaram a sentir-se "parte de um movimento" e inspirado a frequentar a Escola de Estudos Ambientais da University College London (UCL).
Nascido em Padworth, Inglaterra, forma-se então na UCL, e será distinguido mais tarde pela Universidade de Essex como Honoris Causa em Sociologia e Psicologia Social. Hoje, mantém a sua ligação ao meio académico como professor na UCL e no Imperial College London.
A 19 de outubro vai estar na conferência do Negócios dedicada ao ambiente como "keynote speaker". Destapando um bocadinho o véu, diz que vem a Portugal transmitir que "estamos apenas a começar". Pois, "tal como em Portugal houve uma idade de ouro da navegação, da tecnologia e do comércio, penso que estamos a aproximar-nos de um período como esse, em que a sustentabilidade arranca de uma forma que ainda não vimos até à data. Por isso, quero preparar-nos a todos, incluindo a mim próprio, para essa mudança".
Empreendedor em série e autor de "best-sellers", tanto para as empresas como para o consumidor, tem o 21.º livro já preparado para sair em maio de 2024, num registo mais autobiográfico. Vai ter como título "Tickling Sharks" (fazer cócegas a tubarões, numa tradução literal), revelou ao Negócios, numa alusão ao que tem feito durante toda a sua vida profissional: "Chamar a atenção e persuadir líderes para a agenda da sustentabilidade".
Com mais de 50 anos dedicados ativamente a estes temas, acha que os próximos anos, "se sobreviver", serão "os mais excitantes, desafiantes e politicamente perigosos" de toda a sua carreira. Isto porque considera que o mundo vive atualmente "uma situação muito perigosa, em que os jovens estão a acordar para o facto de que o seu futuro poderá vir a ser muito menos glorioso do que o dos seus pais e avós".
É Embaixador do Futuro, mas o que visiona no futuro não o deixa otimista. "Acho que nos próximos 10 a 15 anos vamos ver mais mudanças boas, más e feias do que nos últimos 50 anos da minha carreira profissional. Por isso, as coisas vão andar muito depressa, mas nem sempre na direção certa".
Para além de Embaixador do Futuro e Padrinho da Sustentabilidade, John Elkington responde também pelo cognome Polinizador, atribuído por andar há 50 anos a disseminar ideias de sustentabilidade a nível global. Usa mesmo o cargo de "chefe polinizador" na Volans, uma das múltiplas companhias que fundou e onde se mantém ativo. Outra das suas empresas mais conhecidas, e que ainda hoje persiste, é a SustainAbility, criada em 1987. "Nessa altura, as pessoas nunca tinham ouvido o termo, não sabiam o que significava", conta.
Por isso, sem nunca ter tirado um "período de descanso adequado", pretende passar vários meses de 2024 a viajar pelo mundo com a sua esposa Elaine, com quem é casado há 55 anos, para conhecer histórias inspiradoras do mundo real. Não tanto para lhes ensinar algo, mas para continuar a aprender, porque "só quando aprendo o meu cérebro se mantém acordado e interessado".
Orador em mais de mil conferências, desde cimeiras do Fórum Económico Mundial até palestras em universidades, acha que vai deixar marca como um pioneiro da sustentabilidade. "Penso que se eu morresse agora e os obituários aparecessem amanhã algures, as pessoas falariam de um ambientalista precoce que entrou nas salas de reuniões das empresas. Falar-se-ia de um líder do movimento de consumidores verdes", conta. E acrescenta: "Penso que serei recordado como um dos pioneiros do movimento da sustentabilidade".
Tem mais de 20 livros publicados. Os mais famosos são o "O Guia do Consumidor Verde", escrito em coautoria com Julia Hailes e publicado em 1988. Como o próprio título indica, o livro é um guia para orientar os consumidores a fazerem conexões entre aquilo que compram e o impacto que isso tem no planeta. Já "Canibais de Garfo e Facas", publicado em 1997, é o livro onde apresenta o conceito "Triple Bottom Line", ou seja, demonstra como as empresas e organizações devem atuar com vista a um resultado triplo, levando em consideração aspetos ambientais, sociais e económicos.
O último livro de Elkington foi publicado no início de 2020. Em "Cisnes Verdes: a explosão do capitalismo regenerativo", aborda como as grandes empresas e organizações devem inovar para enfrentar os desafios ambientais e enquadrar-se nas novas regras do mercado. O termo "cisne verde" refere-se às "soluções exponenciais para alguns dos grandes desafios que enfrentamos".
É também chamado de Embaixador do Futuro, por representar o interesse dos jovens na economia atual. Um interesse que começou aos 12 anos, quando angariou dinheiro para uma associação ambientalista que emergia na altura, a World Wildlife Fund (WWF). Cimentou esses interesses pouco depois, no início da década de 1970, aquando do lançamento de grupos como Friends of the Earth e Greenpeace, que o levaram a sentir-se "parte de um movimento" e inspirado a frequentar a Escola de Estudos Ambientais da University College London (UCL).
Nascido em Padworth, Inglaterra, forma-se então na UCL, e será distinguido mais tarde pela Universidade de Essex como Honoris Causa em Sociologia e Psicologia Social. Hoje, mantém a sua ligação ao meio académico como professor na UCL e no Imperial College London.
A 19 de outubro vai estar na conferência do Negócios dedicada ao ambiente como "keynote speaker". Destapando um bocadinho o véu, diz que vem a Portugal transmitir que "estamos apenas a começar". Pois, "tal como em Portugal houve uma idade de ouro da navegação, da tecnologia e do comércio, penso que estamos a aproximar-nos de um período como esse, em que a sustentabilidade arranca de uma forma que ainda não vimos até à data. Por isso, quero preparar-nos a todos, incluindo a mim próprio, para essa mudança".
Empreendedor em série e autor de "best-sellers", tanto para as empresas como para o consumidor, tem o 21.º livro já preparado para sair em maio de 2024, num registo mais autobiográfico. Vai ter como título "Tickling Sharks" (fazer cócegas a tubarões, numa tradução literal), revelou ao Negócios, numa alusão ao que tem feito durante toda a sua vida profissional: "Chamar a atenção e persuadir líderes para a agenda da sustentabilidade".
Com mais de 50 anos dedicados ativamente a estes temas, acha que os próximos anos, "se sobreviver", serão "os mais excitantes, desafiantes e politicamente perigosos" de toda a sua carreira. Isto porque considera que o mundo vive atualmente "uma situação muito perigosa, em que os jovens estão a acordar para o facto de que o seu futuro poderá vir a ser muito menos glorioso do que o dos seus pais e avós".
É Embaixador do Futuro, mas o que visiona no futuro não o deixa otimista. "Acho que nos próximos 10 a 15 anos vamos ver mais mudanças boas, más e feias do que nos últimos 50 anos da minha carreira profissional. Por isso, as coisas vão andar muito depressa, mas nem sempre na direção certa".
Para além de Embaixador do Futuro e Padrinho da Sustentabilidade, John Elkington responde também pelo cognome Polinizador, atribuído por andar há 50 anos a disseminar ideias de sustentabilidade a nível global. Usa mesmo o cargo de "chefe polinizador" na Volans, uma das múltiplas companhias que fundou e onde se mantém ativo. Outra das suas empresas mais conhecidas, e que ainda hoje persiste, é a SustainAbility, criada em 1987. "Nessa altura, as pessoas nunca tinham ouvido o termo, não sabiam o que significava", conta.
Serei recordado como um dos pioneiros do movimento da sustentabilidade. John Elkington
Especialista em Sustentabilidade
Mas este empreendedor em série diz que não quer criar mais empresas ou negócios. O seu papel agora é outro. "Não quero fazer parte de mais conselhos de administração, já participei em mais de 80 conselhos de administração e conselhos consultivos", conta, acrescentando que pretende estabelecer pontes entre a sua geração, dos Baby Boomers, e os jovens de hoje. "É um papel diplomático. Envolve negócios, mercados, política e educação".Especialista em Sustentabilidade
Por isso, sem nunca ter tirado um "período de descanso adequado", pretende passar vários meses de 2024 a viajar pelo mundo com a sua esposa Elaine, com quem é casado há 55 anos, para conhecer histórias inspiradoras do mundo real. Não tanto para lhes ensinar algo, mas para continuar a aprender, porque "só quando aprendo o meu cérebro se mantém acordado e interessado".
Orador em mais de mil conferências, desde cimeiras do Fórum Económico Mundial até palestras em universidades, acha que vai deixar marca como um pioneiro da sustentabilidade. "Penso que se eu morresse agora e os obituários aparecessem amanhã algures, as pessoas falariam de um ambientalista precoce que entrou nas salas de reuniões das empresas. Falar-se-ia de um líder do movimento de consumidores verdes", conta. E acrescenta: "Penso que serei recordado como um dos pioneiros do movimento da sustentabilidade".
Tem mais de 20 livros publicados. Os mais famosos são o "O Guia do Consumidor Verde", escrito em coautoria com Julia Hailes e publicado em 1988. Como o próprio título indica, o livro é um guia para orientar os consumidores a fazerem conexões entre aquilo que compram e o impacto que isso tem no planeta. Já "Canibais de Garfo e Facas", publicado em 1997, é o livro onde apresenta o conceito "Triple Bottom Line", ou seja, demonstra como as empresas e organizações devem atuar com vista a um resultado triplo, levando em consideração aspetos ambientais, sociais e económicos.
O último livro de Elkington foi publicado no início de 2020. Em "Cisnes Verdes: a explosão do capitalismo regenerativo", aborda como as grandes empresas e organizações devem inovar para enfrentar os desafios ambientais e enquadrar-se nas novas regras do mercado. O termo "cisne verde" refere-se às "soluções exponenciais para alguns dos grandes desafios que enfrentamos".